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Bolsonaro desautoriza secretário da Receita e diz que não haverá novo imposto para igrejas
Economia
Publicado em 29/04/2019

Presidente postou vídeo em redes sociais após declarações de Marcos Cintra na imprensa

 

 

BRASÍLIA -  O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para desautorizar o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, sobre a criação de um novo imposto "contra as igrejas", em um vídeo publicado nesta segunda-feira.

 

 

 Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", Cintra afirmou que a Contribuição Previdenciária (CP), um tributo que incidiria sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, com alíquota de 0,9% e rateado entre as duas pontas da operação (quem paga e quem recebe), seria paga até por fiéis  que contribuirem com o dízimo.

 

 

Fui surpreendido nesta manhã por uma declaração do nosso secretário da Receita de que seria criado um novo imposto para Receita. Eu quero me dirigir a todos vocês dizendo que essa informação não procede - declarou Bolsonaro no início da gravação.

 

- No nosso governo nenhum novo imposto será criado, em especial contra as igrejas, que além de ter um excelente trabalho social prestado a toda comunidade reclamam eles, em parte com razão no meu entendimento, que é uma bitributação nesta área.  Então, bem claro, não haverá um novo imposto para as igrejas - completou o presidente.

 

Na entrevista, Cintra reconheceu que a medida seria polêmica, mas explicou que "todo mundo" vai pagar o imposto, da igreja à economia informal e contrabando.

 

A criação da CP integra a proposta de reforma tributária que está sendo elaborada pelo secretário e tem como objetivo substituir a contribuição sobre os salários. Segundo Cinta, "vai ser pecado tributar salário no Brasil".

 

Durante a campanha, a bancada evangélica no Congresso declarou apoio a Bolsonaro. Uma iniciativa que atingisse as igrejas provocaria atritos com uma das principais bases do presidente.

 

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro desautoriza informações de integrantes de sua equipe. Em novembro do ano passado, antes de tomar posse, ele negou a intenção de recriar a CPMF para custear a Previdência.   Durante a campanha, a menção à volta da contribuição já havia gerado uma crise entre o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e o então candidato Bolsonaro.

 

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Gustavo Maia

29/04/2019 - 10:11 / Atualizado em 29/04/2019 - 12:34

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