Guedes projeta em Davos PIB de 2,5% em 2020, acima do número oficial do governo
A economia brasileira deve crescer 2,5% em 2020, disse nesta terça-feira (21) o ministro da Economia, Paulo Guedes. A projeção, afirmada durante painel do Fórum Econômico Mundial, supera em 0,1 ponto percentual a projeção da equipe econômica do governo para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. O Banco Central estima crescimento de 2,2%.
Guedes voltou a usar a metáfora da baleia para explicar a economia do Brasil. A baleia estaria sendo atacada por diversos com arpões, que seriam a inflação alta, juros altos, burocratização e dívida pública. Segundo ele, o governo de Jair Bolsonaro está tirando os arpões da baleia pouco a pouco, o que permitiria o PIB do país a crescer 1% no primeiro ano de governo, 2% no segundo, 3% no terceiro e 4% no quarto.
"Já estamos melhores, devemos crescer 2,5% neste ano", disse.
Ele afirmou que a reforma da Previdência foi o primeiro passo em direção a diminuição da dívida pública, o que deve alavancar o PIB. Guedes também destacou os protestos a favor das mudanças na aposentadoria.
"Países como a França não têm força política para fazer a reforma, mas o povo brasileiro foi às ruas em nome de seus filhos. [Com a reforma] Eliminamos os privilégios dos funcionários públicos", disse no painel sobre América Latina.
O ministro também defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Emergência Fiscal como uma versão brasileira do shutdown americano -interrupção da prestação de serviços públicos- , só que, ao invés de não receber, o funcionário público não tem aumento.
"Num país que cresce 2%, 3%, 2,5% este ano, e tem inflação de 4%, as receitas crescem 7%, quase 8%. Em dois anos, é um pouco menos de 20% em receitas crescendo. Então se você congela a conta de salários por um ano e meio, ou dois anos, desaparece [o problema]. A situação está controlada", disse.
A tramitação de uma emenda à Constituição é a mais longa do processo legislativo. Apresentada em novembro, a PEC Emergencial está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
por Júlia Moura