As empresas aéreas precisam de uma injeção imediata de recursos de US$ 200 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) para que não haja uma onda de falências, afirmou nesta terça (24) o diretor-geral da Iata (associação internacional do setor), Alexandre de Juniac, em conferência online.
O dinheiro é necessário para compensar a perda de receitas provocadas pela pandemia de coronavírus, que restringiu gravemente as viagens em todo o mundo. Como as empresas precisam honrar seus custos fixos, mas estão faturando menos, estão em vias de queimar todo seu caixa, disse Juniac.
Segundo ele, há empresas mais e menos preparadas para enfrentar a crise, mas o setor como um todo precisa de uma injeção urgente (na forma de empréstimos, garantias ou subsídios). "No futuro, quando começar a retomada, o mercado se encarregará de separar as mais bem administradas das outras", afirmou.
A Iata estima que faturamento do setor aéreo sofra um tombo em 2020 de 60% do que faturou no ano passado, ou US$ 252 bilhões (R$ 1,26 trilhão), num cenário de viagens restritas por mais três meses e recuperação gradual a partir de meados do ano.
O número é mais que o dobro do que a entidade havia previsto no dia 5, antes de governos por todo o mundo fecharem aeroportos e proibirem a entrada de estrangeiros. "Nossos piores cenários no começo do mês hoje parecem leves", disse Juniac.
Para o executivo, a recuperação do setor aérea deve ser lenta, porque a pandemia trará recessão, desemprego e perda de confiança do consumidor.
"Os governos, porém, devem agir imediatamente para impedir a destruição do transporte aéreo, que é crucial para ativar a economia quando começar a retomada", afirmou.
A Iata estima que cada dólar perdido pelo setor de aviação signifique uma perda de US$ 3,8 no valor adicionado dos países mais desenvolvidos. "É a avaição que conecta cidades, gera negócios e investimentos, e garante 65 milhões de empregos indiretos no mundo."