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Biden defende saída do Afeganistão: 'Era hora de encerrar essa guerra'
Diversas
Publicado em 31/08/2021
 

Joe Biden, presidente dos EUA, em pronunciamento na Casa Branca em 31 de agosto de 2021 — Foto: Carlos Barria/Reuters

Joe Biden, presidente dos EUA, em pronunciamento na Casa Branca em 31 de agosto de 2021 — Foto: Carlos Barria/Reuters

"Ontem à noite, em Cabul, os Estados Unidos encerraram 20 anos de guerra no Afeganistão. A guerra mais longa da história americana", afirmou o presidente dos Estados UnidosJoe Biden, em pronunciamento nesta terça-feira (31), ao agradecer aos comandantes e demais militares que ajudaram a retirar mais de 124 mil pessoas do Afeganistão. Ele estendeu os agradecimentos a veteranos e voluntários.

"Nenhum outro país fez algo parecido em toda a história", disse Biden. “O extraordinário sucesso desta missão foi devido à incrível habilidade, bravura e coragem altruísta dos militares dos Estados Unidos e de nossos diplomatas e profissionais de inteligência”, afirmou o presidente, que chamou a ação de “não uma missão de guerra, mas uma missão de misericórdia”.

Nesta segunda-feira (30), com a partida dos últimos voos do aeroporto internacional de Cabul, teve fim a mais longa ocupação da história americana.

 

Dentro do prazo

 

Mais uma vez, Biden afirmou que não iria estender indefinidamente a presença no Afeganistão.

Ele repetiu o que havia dito em um comunicado logo após o encerramento, de que “foi a recomendação unânime dos chefes conjuntos e de todos os nossos comandantes em solo encerrar nossa missão de transporte aéreo conforme planejado”.

 

"Em abril, tomei a decisão de encerrar esta guerra. Na época, acreditamos que as forças afegãs teriam a capacidade de controlar o país, mas isso não se confirmou", lembrou Biden.

Segundo ele, a decisão é de continuar apoiando o povo afegão, mas através da diplomacia. “Não acreditamos apenas nas palavras deles (Talibã), mas em suas ações. E temos influência para garantir que esses compromissos sejam cumpridos ”, disse.

A retirada de cidadãos norte-americanos e aliados foi concluída exatamente dentro do prazo acordado com o Talibã, de 31 de agosto (pelo fuso horário do Afeganistão).

Biden manteve o compromisso apesar do pedido de outros países para que fosse solicitada uma prorrogação, na tentativa de retirar mais pessoas de Cabul.

 

“Partir em 31 de agosto não foi um prazo arbitrário”, disse Biden. “Ele foi planejado para salvar vidas americanas”.

 

O presidente disse também que, devido às negociações mantidas por seu antecessor, Donald Trump, com o Talibã, o grupo extremista foi fortalecido, e ele se viu diante de uma única escolha: deixar o Afeganistão e encerrar essa guerra ou escalar a situação.

 

“Eu não estenderia essa guerra para sempre e não estenderia uma saída para sempre”, disse. "Era hora de encerrar essa guerra".

 

Biden ressaltou que o Talibã fez promessas de que permitirá a saída de estrangeiros do país mesmo após o dia 31 de agosto, e que espera que esse compromisso seja mantido.

O presidente afirmou que 90% dos americanos que estavam no país foram retirados e que "não há prazo final" para os 10% que permaneceram, caso eles decidam sair, a qualquer momento.

 

"Continuamos empenhados em tirá-los, se quiserem sair", garantiu.

 

O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, já havia dito, na segunda-feira, que, caso os americanos que permaneceram no Afeganistão mudem de ideia e decidam sair, ainda assim terão ajuda.

 

“A proteção dos americanos no exterior continua sendo a missão mais vital e duradoura do departamento”, afirmou.

Após a partida dos últimos voos dos EUA, o Talibã, que voltou ao poder em 15 de agosto, tomou o controle do aeroporto, que estava sob comando dos EUA desde a queda do governo afegão para os extremistas. Em uma rede social, um porta-voz do grupo anunciou o fim da ocupação e celebrou o que chamou de "independência".

Segundo o Pentágono, mais de 120 mil americanos foram retirados do Afeganistão nas últimas duas semanas. Cerca de 500 cidadãos teriam optado por se manter no país. Blinken estima que seriam menos, de 150 a 200, mas diz que é difícil precisar o número, por haver muitas pessoas com dupla cidadania.

 

 

Por G1

 

 
 
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