Foto: Reprodução / Flickr Palácio do Planalto
A candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a chegada ao novo partido podem mover algumas peças no tabuleiro eleitoral. Apesar do partido ser o destino mais provável para seguidores do presidente na Bahia, a legenda não deve ser o único partido que receberá bolsonaristas que apoiarão o ministro da Cidadania, João Roma, ao governo da Bahia.
Partidos como PTB e PSC devem receber nomes vinculados ao presidente Bolsonaro para concorrer ao pleito neste ano. O Republicanos ainda segue aguardando definições que partem da executiva nacional para definir o futuro, apesar de abrigar alguns apoiadores do presidente e o próprio João Roma. O ministro já reforçou o desejo de contar com a improvável união entre PP, PL e Republicanos na Bahia (veja aqui).
As movimentações devem ter início com a abertura da janela partidária, ocorrendo de 3 de março a 1º de abril, permitindo que parlamentares possam mudar de partido sem perder o mandato. Mas a regra não valerá para todos. O TSE decidiu que só pode usufruir da janela partidária a pessoa eleita que esteja no término do mandato vigente, sendo permitido em 2022 apenas que federais e estaduais migrem.
Outras possibilidades de mudança de partido, fora do período da janela partidária, são: a criação de uma sigla; fim ou fusão do partido; desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal. Com isso, as mudanças de legenda que não se enquadrem nesses motivos podem levar à perda do mandato.
DEFINIÇÕES PARA OS VEREADORES
A situação mais delicada fica por conta dos vereadores do Podemos. Sidininho e Emerson Penalva vem sinalizando apoio a nomes que divergem do apoio exercido na Bahia. Sidinho já externou apoio ao ministro da Cidadania, João Roma, apesar de não pretender falar em rompimento com o Podemos. Já Penalva, já declarou o apoio a ACM Neto (DEM/UB). Ambos são cotados para disputa eleitoral em 2022.
Com situação mais tranquila, Alexandre Aleluia (DEM/UB) poderá migrar para outra legenda por conta da fusão entre partidos, possibilidade que libera a saída do partido. "Conversando. Me receberam lá, estive na convenção. Fui na filiação [de Bolsonaro]. Estamos conversando. Após a decisão do TSE, que deve sair acredito que em janeiro ou fevereiro, a lei permite nos 30 dias correntes que o filiado com mandato troque de partido, a janela se dá após a decisão do TSE. No aguardo da minha janela, tomarei a decisão", comentou ao BN.
MUDANÇAS NA AL-BA
Na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Capitão Alden e Talita Oliveira, ambos vinculados ao PSL, devem ter destinos diferentes. Lideranças partidárias do PL apontam que Talita segue em negociação para a chegada ao partido durante a janela partidária. Já Alden teria conversas com o PSC, onde disputaria uma cadeira na Câmara dos Deputados. Já no PSC, Prisco e Tum devem seguir na legenda.
Outros ajustes devem ocorrer com outros parlamentares. Após disputa interna no PDT, Samuel Júnior, já indicou uma mudança de legenda para acompanhar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e pode assumir o PTB na Bahia (relembre aqui).
No PL, Vitor Bonfim e Reinaldo Braga ainda têm situação indefinida no partido, por conta da relação com o governador Rui Costa (PT). Além deles, o Republicanos possui dois deputados estaduais: José de Arimatéia e Jurailton Santos. O partido compõe o arco de aliança do presidente Bolsonaro, onde o nome do ministro da Cidadania João Roma é cotado para o governo do estado, porém, em Salvador, apoia o prefeito Bruno Reis (DEM/UB). Desta forma, a definição de apoio deve ocorrer até abril.
por Mauricio Leiro