Competidora de 36 anos, que se despedirá das pistas nas 500 Milhas de Indianápolis, em maio, admite que a categoria “era tudo o que pensava que faria”, e que ouviria uma proposta da Haas
Há exatos dez anos, Danica Patrick se tornou a primeira – e, até hoje, a única – mulher a vencer uma corrida na Fórmula Indy. Na pista de Motegi, no Japão, ela levou o carro da Andretti ao lugar primeiro lugar, naquele que foi o principal momento de sua carreira nos monopostos, em 2008. Prestes a se aposentar das pistas após uma carreira de mais de 200 corridas na Nascar, a norte-americana confessa que a Fórmula 1 foi o desafio que faltou em sua vida profissional.
- Eu morei na Inglaterra por alguns anos, e a Fórmula 1 era tudo o que eu pensava que faria. Mas, quando voltei para casa nos Estados Unidos, pensei que era mesmo onde eu queria estar – disse a competidora de 36 anos, que chegou a ser elogiada por Bernie Ecclestone, então chefão da F1, como alguém que seria muito bem-vinda na maior categoria do automobilismo mundial.
Danica Patrick, em Motegi, no Japão, em 2008 (Foto: Jonathan Ferrey/Getty Images)
Danica competiu na Europa entre 1998 e 2001, época na qual participou de categorias de formação, como a Fórmula Vauxhall britânica e os torneios britânico e europeu de Fórmula Ford. De volta aos EUA, ela fez algumas divisões de base da Indy, até estrear na categoria em 2005. Competiu regularmente nos monopostos até 2011, antes de mudar-se para a Nascar. Os rumores de uma ida para a F1 cresceram em 2014, quando a equipe norte-americana Haas anunciou que ingressaria na categoria.
- Por respeito a Gene (Haas), se eles tivessem vindo me procurar, eu definitivamente ouviria a proposta. Mas estou um pouco velha para iniciar uma terceira carreira – avalia Danica, em entrevista à Agência Reuters.
Depois de competir em fevereiro na prova de Daytona, que abre a temporada regular da Nascar, Danica Patrick encerrará sua trajetória como piloto competindo pela Fórmula Indy nas 500 Milhas de Indianápolis, prova mais tradicional do automobilismo na América do Norte. A prova será disputada no dia 27 de maio.
- Eu sempre disse que espero que as pessoas se lembrem de mim como um ótimo piloto e uma mulher, e espero que seja nessa ordem. Quero que seja uma daquelas histórias em que você é como uma garota incrível e ótima, e que foi ótimo ver algo assim, algo único e diferente. Eu não quero que você esqueça que eu era uma garotinha, eu estou aqui em grande parte porque sou mulher, apenas tento dar o exemplo – frisou a competidora, que também foi a primeira a conquistar uma pole position na Nascar, justamente na lendária pista de Daytona, em 2013.
Danica Patrick, nas 500 Milhas de Daytona, e 2018 (Foto: Jared C. Tilton/Getty Images)
Danica descarta, pelo menos em um primeiro momento, a possibilidade de se envolver em alguma categoria como dona ou chefe de equipe. Mas não fecha as portas para um eventual retorno às pistas, seja qual for a função.
- Eu nunca vou dizer nunca. Não me vejo como dona de equipe, simplesmente não é da minha natureza. Eu gostaria de inspirar as pessoas, do fundo do coração, ajudá-las a construir autoconfiança e capacidade de cuidar si mesmas. Uma das coisas que eu fiz toda a minha vida, e que herdei do meu pai, é que sempre fui uma sonhadora – sacramenta.
Fonte- GE