Campanhas de apoio também estão sendo feitas por meio das redes sociais. Categoria bloqueia os acessos ao Porto de Santos, no litoral paulista.
Comerciantes e moradores de Santos, no litoral de São Paulo, estão manifestando apoio à greve dos caminhoneiros autônomos, que segue pelo quarto dia consecutivo nas vias de acesso ao Porto de Santos. Desde quarta-feira (23), grupos entregam mantimentos, café da manhã, carvão e até geladeiras para os trabalhadores.
A categoria realiza vigília no local, impedindo dia e noite a passagem de caminhões nas duas margens do cais, em Santos e Guarujá. A greve acontece em todo o país, devido ao alto preço do combustível e o baixo valor do frete. Os caminhoneiros ainda reivindicam o não pagamento nas praças de pedágio do eixo erguido e melhorias nos locais de parada.
Muitas pessoas estão prestando apoio e ajudando com alimentos. Segundo informações apuradas pelo G1, a todo instante chegam veículos com mantimentos ao local. Até o momento, os trabalhadores já receberam três geladeiras, que deverão ser abastecidas com gelo para armazenar as comidas e bebidas.
Nas redes sociais, também estão sendo feitas campanhas de arrecadação. Páginas no Facebook pedem a ajuda de internautas para recolher água, pão, bolachas e outros tipos de mantimentos que possam ser doados para os caminhoneiros.
O caminhoneiro autônomo Juvenil de Oliveira, de 57 anos, conta que não param de chegar mantimentospara ajudar os manifestantes. De acordo com ele, todos os manifestantes agradecem o apoio da população. Os terminais de contêineres também estão realizando doações.
"Todos estão ajudando e trazendo refrigerante, água, carne, pães, margarina e marmitas com arroz e fejão para o acampamento [na Alemoa]. Isso dá um gás para a gente continuar. Só quem está na pele consegue sentir o drama. Mas sinto que estamos tendo uma boa aceitação da população. Faz tempo que não temos um movimento desse no país".
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Histórico
Pelo quarto dia consecutivo, os caminhoneiros autônomos permanecem realizando protestos nos acessos ao Porto de Santos contra o preço dos combustíveis. Equipes da Polícia Militar e da Guarda Portuária acompanham o protesto, que não registrou ocorrências ou necessidade de intervenção, segundo informações oficiais divulgadas pelas corporações.
Na terça-feira, os caminhoneiros bloquearam o acesso ao pátio, em Cubatão (SP), que faz a triagem de veículos comerciais que seguem em direção aos terminais do Porto de Santos.
A situação também afetou o acesso ao Porto de Santos. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que, desde segunda-feira (21), o complexo, que é o maior do Brasil, apresenta redução nas operações de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais. Já as operações de atracação e carga e descarga de navios ocorrem normalmente, sem qualquer comprometimento.
Os terminais do Porto de Santos iniciaram, nesta quarta-feira (23), o racionamento de combustível para manter as operações internas nas empresas. Entidades do setor alertam para falta de espaço para armazenamento de cargas desembarcadas de navios, e pedem intervenção de força policial.
A Associação Brasileira de Fornecedores de Navios (ABFN) alertou para a falta de mantimentos para a tripulação dos navios. Segundo a ABFN, sete navios, das 35 embarcações que estão atracadas no Porto de Santos, zarparam sem o consumo de bordo. "As embarcações que possuem estoque em nível razoável para um trajeto longo zarparão com menos problemas do que outras, porém, o recebimento de mercadorias perecíveis atinge a todas, sem exceção", explicou em nota.
Em média, são 25 trabalhadores por embarcação. Somando todos, somente no Porto de Santos, são 1.225 tripulantes. Dos 35 navios, seis têm tripulação nacional e o restante tem trabalhadores estrangeiros.
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Fonte- G1