O ex-presidente da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, teve aval da Procuradoria-Geral da República (PGR) e vai poder fechar, após quase dois anos de suspensão, seu acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato. De acordo com o jornal O Globo, após o sinal verde da procuradora-geral, Raquel Dodge, os temas e os pormenores jurídicos do acordo estão sendo acertados com a equipe da força-tarefa da operação em Curitiba. Ainda segundo a publicação, a delação tem uma lista de aproximadamente 60 anexos, que envolvem ao menos 14 políticos do PT, MDB, PP, DEM e PSDB, detalham pagamentos de propina em obras realizadas pela empreiteira em 11 estados brasileiros e operações fraudulentas em cinco países da América do Sul, além de repasses de caixa dois para campanhas eleitorais. Na mira da delação de Pinheiro, está, entre outros, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que deve disputar o governo do Estado pelo DEM. Segundo Pinheiro, Paes recebeu dinheiro de caixa dois para sua campanha à prefeitura em 2012, em troca de ser beneficiada em obras na cidade. O ex-presidente da OAS também relatou o pagamento de propina ao ex-secretário de Obras de Paes, Alexandre Pinto, preso desde janeiro pela Lava-Jato no Rio, e a integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Segundo o executivo, tanto o ex-secretário municipal quanto integrantes do TCE cobravam um percentual sobre contratos de obras. Entre elas, estão o corredor de ônibus BRT Transcarioca e do programa Asfalto Liso, executado pela Odebrecht e OAS e que previa a recuperação de 700 quilômetros de vias da cidade. Outra obra citada foi a do teleférico do Morro da Providência, hoje parado. Pinheiro relata que todas as construções feitas pela OAS no Rio de Janeiro foram condicionadas a pagamentos de propina ou caixa dois. Ao jornal, Paes disse que as contas de sua campanha foram devidamente declaradas na Justiça Eleitoral e destacou que “jamais favoreceu ou exigiu contrapartida, de qualquer natureza, de quem quer que seja, conforme evidenciam os diversos depoimentos já prestados por colaboradores, nas mais diversas delações premiadas feitas por inúmeros executivos das maiores empreiteiras brasileiras, inclusive da própria OAS”. Outro tópico traz também uma operação feita junto ao banco BVA para mascarar o pagamento de propina a políticos do MDB do Rio de Janeiro. O banco já havia sido citado na 41ª fase da Operação Lava-Jato, em maio do ano passado, quando José Augusto Ferreira dos Santos, fundador e ex-controlador da instituição, foi preso. A delação de Pinheiro estava emperrada desde agosto de 2016, quando o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ordenou a suspensão das negociações por causa do vazamento para a imprensa de um dos assuntos tratados na fase de pré-acordo da colaboração.
Fonte- BN