Empresária e conselheira apoia reeleição de Galiotte e volta a explicar aditivos de patrocínio
Se depender da vontade de Leila Pereira, o contrato de patrocínio da Crefisa com o Palmeiras será eterno. Ou, nas palavras da própria empresária, enquanto o clube quiser estampar a marca da instituição financeira em seu uniforme - o Verdão vai receber R$ 78 milhões da empresa em 2018.
Também conselheira do Palmeiras, Leila Pereira participou da festa promovida pelo clube em comemoração aos 104 anos do Verdão, na noite da última terça-feira, em uma casa de eventos na Zona Oeste de São Paulo. Em conversa com os jornalistas, ela falou sobre sua vida política alviverde e sobre o futuro.
– O meu objetivo é ficar no Palmeiras o resto da minha vida. Então, enquanto eu puder, enquanto o Palmeiras me quiser como patrocinadora, pode ter certeza que meu patrocínio estará no Palmeiras. Um dos meus maiores orgulhos é ver as minhas marcas estampadas na camisa do maior do Brasil. Nada me dá mais felicidade do que isso – afirmou a empresária.
– Não me interessa quem vai ser o presidente, mas se a pessoa não me quiser, não posso impor a minha presença. Mas, se for possível, quero perdurar eternamente as minhas marcas na camisa do Palmeiras – completou.
Forte aliada política do presidente Maurício Galiotte, Leila Pereira tem acumulado vitórias nos bastidores do clube, principalmente em disputa contra alas mais tradicionais do Verdão, como casos dos ex-presidentes Mustafá Contursi, Affonso Della Monica e Paulo Nobre.
Defensora da mudança estatutária que, entre outras alterações, aprovou o mandato presidencial para três anos valendo a partir da disputa de novembro, Leila poderá concorrer à presidência em 2021.
Eleita conselheira pela primeira vez em 2017, ela poderá ser candidata à presidência do Palmeiras em 2021. Na eleição que ocorre em novembro deste ano, a empresária já definiu apoio para Galiotte, que pela primeira vez admitiu que deve tentar permanecer no cargo.
– O Maurício sempre teve o meu apoio. Sempre. Mesmo antes de saber se vai ser candidato ou não. Sempre terá. É um presidente que está fazendo um Palmeiras que todos nós torcedores almejamos. Um Palmeiras moderno, um Palmeiras profissional, um Palmeiras que olha para frente, um Palmeiras protagonista. Ele tem meu apoio incondicional – disse.
Mesmo sem nenhuma chapa registrada até o momento, é certo que Maurício Galiotte vai liderar a situação contra Genaro Marino, hoje oposição. Na última terça-feira, os dois dirigentes participaram da festa em comemoração aos 104 anos do clube, mas o presidente não fez referência aos três vices que romperam com sua a gestão no início de 2017 (Genaro Marino, Victor Fruges e José Carlos Tomaselli) e esteve acompanhado apenas de Antonino Jesse Ribeiro e de Seraphim Del Grande, presidente do Conselho Deliberativo.
De acordo com estatuto do clube, as chapas que pretender concorrer à eleição precisarão ser votadas no filtro do Conselho. Se aprovadas, poderão participar da Assembleia Geral, quando sócios votarão para presidente e mais quatro vices, em escolha fechada em um dos grupos e não de maneira individual.
Reforços, empréstimo e bastidores
No último dia 20, o Conselho Deliberativa discutiu, votou e aprovou os aditivos do contrato de patrocínio com a Crefisa, que fizeram o clube reconhecer em janeiro uma dívida de cerca de R$ 120 milhões com a empresa por causa das contratações realizadas com ajuda financeira da empresa em 2016, 2017 e 2018.
Depois de ser multada pela Receita Federal, a instituição financeira fez alterações na maneira como tais aportes eram declarados, o que fez o clube assumir os débitos. Tal manobra tem motivado o Conselho de Orientação e Fiscalização a rejeitar as contas mensais do clube na atual temporada.
– Da minha parte sempre houve uma tranquilidade absoluta, porque essa questão, desde o início, teve o compromisso do Palmeiras de restituir o valor dos atletas. Então o que o o Conselho veio na semana passada só ratificar o compromisso que o Palmeiras já tinha. Foi uma decisão que encarei com muita naturalidade. Fui para essa reunião do Conselho com muita certeza que tudo daria certo. A maioria dos conselheiros decidiu com o bom senso. Não tem nenhuma celeuma nisso. É caso encerrado. Quem decidiu foi o órgão supremo do Palmeiras: o Conselho Deliberativo – explicou Leila Pereira.
Membros da situação e da oposição reclamam que o assunto têm motivações políticas. Defensores de Maurício Galiotte argumentam que as reprovações no Conselho de Orientação e Fiscalização são baseadas por causa da influência de Mustafá Contursi, hoje adversário de Leila nos bastidores.
Já opositores defendem que o presidente não poderia ter assinado os aditivos sem consultar o COF e que a convocação da reunião no Conselho Deliberativo foi uma manobra para passar por cima do órgão e encerrar o assunto. Até o fim do ano, o COF continuará emitindo relatórios sobre o desempenho financeiro do clube, mas caberá ao Conselho Deliberativo, provavelmente em janeiro de 2019, votar as contas de Galiotte na temporada.
Fonte- GE