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Temer diz que escreverá livro para 'passar a limpo' os fatos sobre seu governo
Política
Publicado em 29/08/2018

O presidente Michel Temer afirmou que vai se aposentar da vida política quando deixar a Presidência da República, em janeiro de 2019, e escrever um livro para contar sua versão sobre os fatos vividos no período em que ocupa o cargo.

"Está na hora de uma relativa aposentadoria", disse em entrevista à Radiojornal, do Recife, na manhã desta quarta-feira (29).

Temer chamou a aposentadoria de relativa ao afirmar que vai atuar na elaboração de pareceres jurídicos e como escritor, tanto de livros técnicos quanto de romances. Ele foi perguntado ainda se pretende escrever algo sobre sua gestão. "Eu quero passar a limpo essas coisas para que pelo menos a historia recente possa realidade dos fatos."

Ele disse ter sido vítima de delatores e grampeadores, em referência às acusações que responde por irregularidades envolvendo o Porto de Santos, feitas pelo delator por Lúcio Funaro. Ele se referiu ainda ao episódio em que foi gravado pelo empresário e delator Joesley Batista, da JBS.

Em março do ano passado, o presidente recebeu Joesley fora da agenda no Palácio do Jaburu e foi gravado dizendo "tem que manter isso, viu?", frase que deu base para o Ministério Público Federal denunciá-lo por corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa.

As duas denúncias apresentadas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot foram barradas na Câmara. Como presidente, ele precisa de autorização dos deputados para que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue as acusações. O caso está suspenso até que o emedebista deixe o cargo. Já o caso sobre o porto de Santos segue como investigação no STF, sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.

O presidente disse ainda ter enfrentado praticamente dois impeachments ao responder pelas denúncias do Ministério Público. 

"Aquelas chamadas denúncias foram praticamente impeachments que foram vencidos com o prestígio que eu tenho no Congresso. Pelo relacionamento profícuo que tenho com parlamentares", disse, lembrando ter sido presidente da Câmara por três gestões.

 

ELEIÇÕES  

Depois de ter dito recentemente em entrevista à Folha de S.Paulo que um possível candidato do governo era o tucano Geraldo Alckmin, Temer declarou apoio ao seu ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que disputa o Palácio do Planalto pelo MDB.

"Meirelles é o candidato do MDB. Não quero fazer campanha porque tenho impedimentos legais", disse. Perguntado se votaria em Meirelles, respondeu negando que fique chateado com o fato de ele frequentemente citar que foi presidente do Banco Central no governo Lula e omitir que pertenceu à atual gestão.

Ele afirmou ainda que é inevitável que o candidato do MDB defenda o legado de seu governo.

"Eu diria que é inevitável. Ele foi escolhido por mim como ministro da Fazenda, montou uma equipe econômica que reduziu a inflação, a taxa Selic. Será inevitável, ele terá que dizer que foi do meu governo. Apesar de ele se exibir bastante em ser do governo Lula. Inevitavelmente ele vai ter que dizer isso", disse.

Questionado se vota em Meirelles, Temer pediu que o entrevistador repetisse a pergunta: "Perdão?" e depois respondeu: "Sim, claro". 

Fonte- BN

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