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NYT chama Bolsonaro de ‘triste escolha’ e diz que capitão é ‘risco à democracia’
Política
Publicado em 22/10/2018

Publicação relembra falas duras do capitão da reserva contra homossexuais, negros e mulheres

O candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, é um nome da direita e "tem visões repulsivas", afirma editorial publicado nesta segunda-feira, 22, pelo jornal norte-americano The New York Times. A publicação, intitulada de "Escolha triste do Brasil", relembra falas duras do capitão da reserva contra homossexuais, negros e mulheres. "Ele é nostálgico dos generais e torturadores que governaram o Brasil por 20 anos. No próximo domingo, na segunda rodada de votação, Bolsonaro provavelmente será eleito presidente do Brasil".

A publicação norte-americana também destaca, "sem surpresa", o fato de Bolsonaro ser comparado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e diz que o capitão do exército é "um risco à democracia".

O NYT contextualizou a ascensão de Bolsonaro com a crise econômica, o impeachment da petista Dilma Rousseff e as investigações que mergulharam políticos em escândalos de corrupção e levaram nomes de peso para a prisão, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Contra esse pano de fundo, as opiniões grosseiras de Bolsonaro são interpretadas como franqueza (...) Cristão evangélico, ele prega uma mistura de conservadorismo social e liberalismo econômico, embora confesse apenas uma compreensão superficial da economia", acrescenta o jornal.

Recentes falas de Bolsonaro contrárias às leis ambientais também foram relembradas. Segundo o jornal, assim que ele for eleito, um dos maiores perdedores será a Amazônia. "Bolsonaro prometeu desfazer muitas das proteções para as florestas tropicais para abrir mais terras para o poderoso agronegócio brasileiro. Ele levantou a perspectiva de se retirar do acordo climático de Paris, de desmantelar o Ministério do Meio Ambiente e impedir a criação de reservas indígenas - tudo isso em um país até recentemente elogiado por sua liderança na proteção do meio ambiente", diz a reportagem.

O "anti-PT" foi apontado também como um empecilho para o adversário de Bolsonaro, Fernando Haddad, que, mesmo após ter sobrevivido ao segundo turno, não conseguiu retirar a imagem negativa que parcela da sociedade tem do Partido dos Trabalhadores. "A escolha é para brasileiros fazerem. Mas é um dia triste para a democracia quando a desordem e o desapontamento levam os eleitores à distração e abrem as portas para populistas ofensivos, cruéis e teimosos", finaliza o jornal.

 

Imprensa internacional

Seguindo a mesma linha, o italiano Corriere della Sera cita Bolsonaro como “líder de extrema-direita” e “anti-ambientalista”, ao fazer referência a declarações do candidato envolvendo acordos internacionais sobre o clima e exploração da Amazônia. Com Bolsonaro eleito, o jornal é categórico sobre o futuro do Brasil. “O Brasil recuaria meio século, retornando aos anos ‘dourados’ da ditadura militar”.

O britânico Financial Times destaca a necessidade de mudanças políticas e econômicas no cenário brasileiro e traz Bolsonaro com grandes chances de ser eleito presidente “da oitava maior economia do mundo” no próximo domingo, 28. O jornal se refere ao candidato do PSL como “Trump dos trópicos”, numa alusão ao presidente norte-americano Donald Trump, e cita Bolsonaro como “abertamente misógino, racista e autoritário”.

Em tom mais ameno, a edição desse domingo, 21, do jornal argentino Clarín estampa manifestações pró-Bolsonaro no Rio de Janeiro e destaca o candidato como favorito no segundo turno das eleições presidenciais brasileiras. O periódico traça uma rápida biografia de Bolsonaro, se referindo ao capitão da reserva como “nostálgico da ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985” e congressista de carreira.

Fonte- Band

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