Depois de passar dois dias afastado do cargo para ser submetido a uma cirurgia, Jair Bolsonaro reassumiu a Presidência da República na manhã desta quarta-feira (30).
Do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado desde domingo (27), trocou mensagens com o vice, general Hamilton Mourão, pela manhã. À reportagem, Mourão disse ter escrito ao presidente para relatar os fatos ocorridos nos últimos dias. "Ele não pode ficar falando", disse.
Mourão assumiu o cargo na manhã de segunda (28), quando Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal, num procedimento que durou 7 horas.
No procedimento, os médicos retiraram a bolsa de colostomia que foi colocada no presidente desde setembro, quando ele foi alvo de uma facada. Bolsonaro permanece internado na UTI (unidade de terapia intensiva), onde deve permanecer por mais oito dias. Mesmo com autorização de visitas, assessores esperam que só a partir de quinta (31) ele passe a receber pessoas.
Sua agenda desta quarta foi divulgada "sem compromissos oficiais". Por enquanto, o presidente está acompanhado apenas de familiares, como a primeira-dama Michelle e um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).
Ele teve contato ainda com parte de seu staff do Planalto, como chefe de gabinete e assessores de imprensa, além do porta-voz, Otávio Rêgo Barros. Ministros em Brasília aguardam novos boletins médicos para definir se vêm a São Paulo na quinta despachar com o presidente.
Se houver uma sinalização de que Bolsonaro tem condições de receber auxiliares, Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) devem trazer ao presidente detalhes finais da reforma da Previdência. Na terça (29), a equipe econômica afirmou que a intenção do governo é de apresentar a proposta de mudanças na aposentadoria já na próxima semana ao Congresso.
As atividades do Legislativo serão retomadas na sexta-feira (1º), quando deputados e senadores eleitos em outubro tomam posse e elegem os comandos da Câmara e do Senado. Onyx deve definir com Bolsonaro ainda a mensagem presidencial que será lida na abertura da sessão do Congresso, na sexta.
A expectativa é de que o presidente reafirme aos parlamentares o discurso que vem fazendo desde a campanha: que quer criar uma nova relação entre o Legislativo e o Executivo, além de listar pautas prioritárias, como a agenda de reformas.
Fonte- BN