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Das lágrimas aos risos, Renato imortaliza abraço com estátua e se funde com o Grêmio
Esporte
Publicado em 26/03/2019

Sob público de 8 mil gremistas, técnico se emociona com noite única na Arena

Das lágrimas aos risos, Renato imortaliza abraço com estátua e se funde com o Grêmio

Eram poucos minutos depois das 19h quando o pano preto caiu e revelou a obra. A estátua de Renato Gaúcho eternizou na esplanada da Arena o amor entre o hoje treinador e o Grêmio. Mais do que isso. Os abraços distribuídos a presidente e torcida - e oferecido a todos a partir da pose escolhida para a homenagem - serviram para unir ainda mais, se isso for possível, o eterno camisa 7 e o clube gaúcho. Mais do que ninguém, o ídolo personifica os valores do Tricolor. E quem diz isso talvez seja um dos maiores dirigentes da história gremista, Romildo Bolzan Júnior.

 

O presidente, inclusive, é quem nutre talvez a melhor relação com Renato dentro do Grêmio atual. Depois do discurso de Bolzan antes da revelação da estátua, pode ter passado despercebido para os mais de oito mil gremistas, mas o mandatário foi direto encontrar os braços abertos do treinador, tão acolhedor quanto aqueles mostrados na obra. Encerrada entrevista coletiva, novo abraço (apertado) entre ambos.

 

- O clube vive hoje sem sombra de dúvidas um dos maiores momentos de sua história. Eu aprendi a te reconhecer como um grande homem, cidadão, pai e principalmente um homem justo. É este Renato que também estamos homenageando. Eternizamos na tua imagem a nossa eterna relação. Grêmio e Renato são um só. E vencedores. (...) O Renato é aquele que fez o Grêmio do tamanho que o Grêmio é - discursou Romildo.

Abraço de Romildo em Renato após discurso — Foto: Eduardo Moura

A relação de Romildo e Renato, por sinal, merece capítulo à parte. Foi na companhia do presidente que o treinador olhou para a esplanada da Arena cheia, da sala da presidência, em mais um dos tantos momentos de, certamente, nervosismo antes da homenagem ser recebida.

 

Foi também o presidente a socorrer o técnico quando, na entrevista, surgiu uma pergunta a tangenciar o assunto "seleção brasileira". Se por uma eventualidade Renato assumisse a amarelinha durante este ano, sairia com a perspectiva de o Grêmio estar no caminho do sucesso?

 

- Me ajuda aí, presidente - suplica Renato.

 

Para a seleção ele não vai. (aplausos) Se for, é justo. Mas não vai - sorriu Bolzan.

Renato Gaúcho oferece abraço aos gremistas em estátua — Foto: Eduardo Moura

Eduardo Galeano, escritor uruguaio e reconhecido entusiasta do futebol sul-americano, tem o seu Livro dos Abraços. Conforme resenha do Google Books, “reúne memórias e sonhos, fábulas que entrelaçam o real e o fantástico”. O paralelo vale. Renato abriu seu livro dos abraços com a memória viva do título mundial, o sonho de ser jogador e uma relação com o Grêmio que transcende o mundo real e vira quase fantasia tamanho sucesso.

 

Aos abraços. Renato não entrelaçou apenas o dirigente. Sem dormir há uma semana, conforme o próprio, não deixou de lado também a torcida. Mais de 8,5 mil gremistas estiveram na esplanada da Arena para prestigiar o maior ídolo, o responsável pelos maiores títulos, o pivô das maiores loucuras. Minutos depois de posar para fotos com a homenagem, caminhou cercado de seguranças até o local onde estavam os gremistas. Lá, abraçou alguns.

 

- Quero que o torcedor saiba que as pessoas que eu estava abraçando representavam toda torcida do Grêmio. Não posso abraçar todo mundo, mas podem ter certeza que aquele abraço, fiz questão de ir ali porque devo muito à torcida. Aquele abraço que estava dando, quero que todos se sintam abraçados. Da mesma forma que pedi a imagem da estátua daquela maneira. Aquele abraço pode ter certeza que foi de coração - completou.

 

E por alguns, leia-se todos. O encontro com aqueles poucos privilegiados foi para representar o abraço aos cerca de 7 milhões de torcedores do Grêmio. É por essa razão também a pose escolhida. Renato abre os braços para todos que chegam na Arena. Como depois dos gols do Mundial, a vontade do ídolo só era abraçar companheiros, torcedores, família.

Renato abraça torcida do Grêmio — Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Os abraços não dados e apenas imaginados também permearam a segunda-feira do mais carioca dos gaúchos. Os pais Francisco e Maria foram constantemente citados pelo treinador. O choro escorreu sem vergonha nas bochechas de Renato, orgulhoso de ser o mais próximo de uma representação de carne e osso do Grêmio naquele momento.

 

A família esteve representada na filha Carol Portaluppi, ao seu lado durante toda a cerimônia. Mas também esteve no seu pensamento constante com os pais. Unido com o Grêmio, Renato agora terá ao alcance do olhar uma viagem no tempo. E oferece um abraço do tamanho do mundo para todos os gremistas.

 

Fonte - GE

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