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Ao receber prêmio nos EUA, Bolsonaro erra bordão e se concentra em Argentina e Venezuela
Diversas
Publicado em 16/05/2019

Ao receber prêmio nos EUA, Bolsonaro erra bordão e se concentra em Argentina e Venezuela

 

Em discurso de 11 minutos, presidente brasileiro diz que Macri enfrenta dificuldades e afirma temer outra Venezuela no Cone Sul

 

WASHINGTON  — Ao receber a homenagem da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que concedeu a Jair Bolsonaro o título de personalidade do ano, em Dallas , no Texas, o presidente brasileiro mostrou novamente preocupação com a situação política na Argentina e na Venezuela. Durante 11 minutos, Bolsonaro lembrou que o chefe de Estado argentino, Mauricio  Macri, enfrenta problemas e disse temer a eleição de Cristina Kirchner e uma "nova Venezuela" na região. 

 

 

O presidente também elogiou a atual política em relação aos Estados Unidos, antes "tratados como se fossem inimigos", e acabou errando seu bordão ao finalizar o discurso: "Brasil e Estados Unidos acima de tudo, Brasil acima de todos".

 

 

 Pobre povo veneuelano. Está fugindo da violência, da fome e da miséria. Mas não se esqueçam da nossa Argentina, que está indo para um caminho bastante complicado. Não podemos ter outra venezuela no Cone Sul. Com problemas estruturais em seu país, o meu amigo (Mauricio) Macri enfrenta dificuldades, e vê a possibilidade de uma presidente voltar ao poder  — afirmou, em referência a Cristina Kircher.  — Essa amiga do PT do Brasil, de (Hugo) Chávez, de (Nicolás) Maduro, entre outros, como Fidel castro, que tinham mais que o sonho de roubar nosso país, (o sonho de) roubar a liberdade de todos nós.

 

 

O presidente ainda afirmou que viajará em breve à Argentina e disse que buscará "colaborar com o país", assegurando no entanto que não irá se intrometer em assuntos locais.

 

 

Bolsonaro também elogiou a parceria com o governo de Donald Trump e lamentou não ter ido a Nova York. O presidente cancelou a visita a cidade e transferiu a agenda para Dallas, no Texas, após protestos e críticas do prefeito Bill de Blasio . Foi substituído no evento de Nova York pelo governador de São Paulo, João Doria, que  mandou um recado para De Blasio no discurso  e pediu que o americano fosse gentil com o presidente do Brasil.

 

 

 — No Brasil, a política até de há pouco, era de antagonismo a países como os EUA. Os senhores eram tratados como se fossem inimigos nossos. O Brasil de hoje é amigo dos Estados Unidos, o Brasil de hoje respeita os Estados Unidos e o Brasil de hoje quer o povo americano e os empresários americanos ao nosso lado — disse o presidente ao receber o prêmio. — Precisamos, queremos e estamos, mais que propensos, convictos da união, dessa confiança que começamos a estabelecer nos últimos meses. Fazemos comércio, assinamos muitos acordos, como o da Base de lançamento de Alcântara.

 

Reiterando seu amor pelos nova-iorquinos, ele ainda lamentou o ocorrido nos últimos dias.

 

 

— Não posso ir a casa de uma pessoa onde sua familia não me queira bem.

 

No fim, Bolsonaro voltou a enaltecer os Estados Unidos, errando seu famoso bordão:

 

— Termino com meu chavão de sempre. Brasil e Estados Unidos acima de tudo, Brasil acima de todos.

 

Henrique Gomes Batista, enviado especial e Paola De Orte, especial para o Valor

16/05/2019 - 15:58 / Atualizado em 16/05/2019 - 17:33

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