Vale reduz nível de emergência em barragem de Nova Lima; retorno às casas será avaliado
Em fevereiro, 51 pessoas tiveram que sair de área de condomínios e vilas por conta de risco de rompimento e a BR-356 teve o fluxo de veículos alterado
Moradores das comunidades evacuadas por risco de rompimento da barragem Vargem Grande em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte devem ser convocados para uma reunião que vai discutir o possível retorno aos imóveis. Isso porque a mineradora Vale anunciou, na manhã desta quarta-feira, que o nível de emergência da estrutura foi reduzido de 2 para 1. Além disso, o monitoramento do trecho da BR-356 que poderia ser atingido pelos rejeitos será suspenso.
A Barragem Vargem Grande entrou no nível 2 (anomalias não controladas) da escala de risco em 20 fevereiro, quando a Vale acionou o Plano de Ação de Emergência de Barragens (PAEBM) da represa. A mineradora justifica a ação com a “falta de parâmetros para avaliação de deformações apontadas no sistema de monitoramento por inclinômetros”. Desde então, a mineradora retirou 51 pessoas do condomínio Solar da Lagoa e das vilas "A" e Codornas da empresa AngloGold Ashanti.
A Vale listou as medidas tomadas para que o risco fosse reduzido. “A mudança no status é fruto de uma série de melhorias que a Vale vem implantando na estrutura desde janeiro deste ano, como o rebaixamento do nível de água do reservatório; limpeza dos canais de drenagem e estudos de sensibilidade junto à empresa auditora para avaliação do impacto do rebaixamento do nível d'água na estabilidade da barragem”, informou a mineradora por meio de nota à imprensa divulgada hoje. “Foi feita ainda uma detalhada avaliação técnica das deformações apresentadas no sistema de monitoramento por inclinômetros (instrumentos instalados em furos de sondagem para medição de deformações). A expectativa é de que, com a continuidade dessas ações, a estrutura seja totalmente retirada da condição de alerta”, pontua.
Em caso de rompimento da barragem, de acordo com os mapas da mineradora, a mancha de rejeitos cairia ao lado da BR-356, na Lagoa das Codornas e seguiria encaixada por esse vale na direção dos condomínios de Nova Lima. Depois entraria perto do Capitão do Mato, Condomínio Miguelão e desembocaria no Rio do Peixe. Por último, chegaria ao Rio das Velhas, responsável por boa parte do abastecimento da capital. “A Vale comunicou a Defesa Civil sobre a mudança do nível de alerta e uma reunião com os moradores da ZAS (Zona de Auto Salvamento) será marcada para que seja feita uma avaliação do retorno para as casas”, completou a mineradora.
Em 21 de fevereiro, o trecho da BR-356 entre Nova Lima e Itabirito passou a operar em esquema de siga-e-pare devido as condições da barragem. Somente em 16 de abril o fluxo de veículos do km 37 ao km 40 foi totalmente liberado, mas o monitoramento na rodovia continuava. Conforme a Vale, com a mudança no status da barragem, o trecho da rodovia não precisará mais da operação assistida.