Moro vai se afastar do cargo por uma semana para tratar de 'assuntos particulares'
Assessoria informa que o ministro da Justiça estará de licença não remunerada durante o período de 15 a 19 de julho
BRASÍLIA - O ministro Sergio Moro (Justiça) vai se afastar do cargo entre 15 a 19 de julho . Segundo despacho do presidente Jair Bolsonaro , publicado nesta segunda-feira no "Diário Oficial da União", o ministro vai tratar de "assuntos particulares". O retorno está previsto para o próximo dia 22.
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A assessoria de Moro esclareceu que o ministro não pode tirar férias, e que estará de licença não remunerada na próxima semana para viajar com a família. O secretário executivo Luiz Pontel responderá interinamente pelo ministério no período.
Vazamento de conversas
O ministro integrou ontem a comitiva do presidente Jair Bolsonaro para assistir a final da Copa América, no Maracanã, em um teste de popularidade. Reportagens do Intercept, do jornal “Folha de S.Paulo” e da revista “Veja” afirmam que as supostas conversas no aplicativo Telegram mostram que Moro orientava ações da Operação Lava-Jato.
Moro e procuradores da Lava-Jato não têm reconhecido as mensagens divulgadas. Em entrevistas e depoimentos no Senado e na Câmara, o ministro afirmou não ter nada a esconder sobre as conversas atribuídas a ele e aos procuradores da Lava-Jato.
Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado apontou que 63% dos entrevistados tomaram conhecimento dos diálogos atribuídos pelo site "The Intercept Brasil". Desses, 58% disseram que a conduta do ex-juiz foi inadequada . Já 31% dos entrevistados aprovam a postura de Moro e 11% não souberam opinar sobre o assunto.
De acordo com a "Veja" e o The Intercept, em conversa de 28 de abril de 2016, Moro teria orientado os procuradores sobre prova em um processo. Diálogos divulgados na última sexta-feira revelam que Dallagnol teria avisado à procuradora Laura Tessler que o então juiz o avisou sobre a ausência de uma informação — um depósito a um funcionário da Petrobras — na denúncia do réu Zwi Skornicki, representante do estaleiro Keppel Fels, operador de propina do esquema e, posteriomente, delator na Lava-Jato.
Adriana Mendes
08/07/2019 - 10:53 / Atualizado em 08/07/2019 - 12:17