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Vaias, gritos de "burro" e ofensas: pressão inédita pesa na saída de Mano Menezes do Cruzeiro
Esporte
Publicado em 08/08/2019

Vaias, gritos de "burro" e ofensas: pressão inédita pesa na saída de Mano Menezes do Cruzeiro

 

Treinador, que estava no Cruzeiro desde julho de 2016 e deixou o clube após derrota para o Internacional, admitiu influência de ambiente no Mineirão na decisão de sair da Toca

 

A trajetória de Mano Menezes no Cruzeiro chegou ao fim após a derrota para o Internacional, na noite desta quarta-feira, no Mineirão, na ida das semifinais da Copa do Brasil. A saída aconteceu ainda nos vestiários. E o que antecedeu essa decisão, ainda no gramado, foi uma pressão inédita sobre o treinador por parte dos torcedores.

 

+ Leia mais: Mano Menezes deixa o Cruzeiro após derrota para o Inter

 

O primeiro indício de indignação dos cruzeirenses com o treinador aconteceu ainda quando a partida estava empatada. Aos 22 minutos do segundo tempo, Mano substituiu Sassá por Fred, e ouviu vaias de alguns cruzeirenses presentes no Mineirão.

 

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Mas foi depois do gol marcado por Edenilson, aos 30 minutos do segundo tempo, que o clima no estádio pesou sobre o treinador. A torcida, primeiramente, chamou Mano de "burro", e o técnico, ironicamente, virou-se para as arquibancadas fazendo o sinal de positivo. Antes do fim do jogo, cruzeirenses dispararam ofensas contra ele:

 

- Ei, Mano, vai tomar no c*.

 

Novamente, o treinador fez o sinal de positivo, com os dedos das duas mãos, para a torcida. Após o apito final, ele desceu as escadas do Mineirão sozinho, ouvindo novas ofensas por parte dos torcedores que ficam próximos ao túnel de acesso aos vestiários. Desta vez, ele não se manifestou.

 

Torcida do Cruzeiro grita burro e Mano Menezes responde com joinha

 

 

Na entrevista em que anunciou a saída do Cruzeiro, Mano Menezes afirmou que as reações dos torcedores no Mineirão influenciaram diretamente na decisão de interromper o trabalho de pouco mais de três anos.

 

- A decisão partiu de uma consciência de uma coisa que as coisas podem piorar, e elas não podem piorar. Hoje, o torcedor teve uma reação que, para mim, é fundamental como técnico. O torcedor da gente não pode achar que a gente é burro, porque o burro vem, hoje, aos 47 do segundo, amanhã ele vem aos 30, e isso vai, numa continuidade, afetar a equipe. E eu tenho muito respeito pelo Cruzeiro, não vou permitir que isso atrapalhe ainda mais esse momento difícil que o time e o clube vêm passando.

 

E a indignação do torcedor é justificada pelos números da equipe, que venceu apenas uma das últimas 18 partidas, entre compromissos da Copa do Brasil, do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores. O time não marcou gol em nenhum dos últimos oito jogos que disputou.

 

Por GloboEsporte.com — de Belo Horizonte

 

08/08/2019 00h28  Atualizado há 8 horas

 

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