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Indicação de Augusto Aras faz Bolsonaro ser criticado até por aliados
Política
Publicado em 06/09/2019

Indicação de Augusto Aras faz Bolsonaro ser criticado até por aliados

 

 

A indicação do subprocurador Augusto Aras para substituir Raquel Dodge no comando da Procuradoria-Geral da República fez o presidente Jair Bolsonaro ser alvo de algo inédito. Ele foi criticado tanto por grupos bolsonaristas como por setores contrários a seu governo.

 

Para um assessor direto do presidente, isso mostra que ele não quis agradar nenhum setor específico, mas pensou no país. Procuradores discordam. Avaliam que Bolsonaro quer um Ministério Público alinhado com seu governo.

 

Logo depois que Bolsonaro oficializou a escolha de Augusto Aras, bolsonaristas foram para as redes sociais criticar a indicação, sob o argumento de que, no passado, o subprocurador já foi próximo da esquerda, principalmente de petistas. Essa informação, inclusive, chegou a colocar em risco a escolha de Aras para substituir Dodge. O presidente pediu paciência a seus apoiadores, solicitando que eles retirassem as críticas e ataques das redes sociais.

 

Enquanto isso, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou nota em tom duro, dizendo que a escolha de Aras, sem obedecer a lista tríplice escolhida pela entidade, representou um retrocesso democrático e institucional na relação entre Executivo e Ministério Público, um órgão independente e que não é subordinado ao Palácio do Planalto.

 

Já no Congresso, a escolha foi bem recebida, pelo menos pelos grupos majoritários que aprovaram o projeto que pune o abuso de autoridade. Na avaliação dessa ala, Aras foi uma boa escolha já que, no passado, fez críticas à Operação Lava Jato. Por sinal, esse grupo político gostou da indicação de Aras também porque representa uma derrota, dentro do governo, para o ministro da Justiça, Sergio Moro, que defendia a escolha de um dos nomes da lista tríplice.

 

 

Por Valdo Cruz

Comentarista de política e economia da GloboNews. Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos

 

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