Dallagnol pode ser removido da Operação Lava Jato por 'interesse público' e ter saída 'honrosa
O procurador da República Deltan Dallagnol pode ser removido por interesse público para atuar em outra unidade do Ministério Público Federal (MPF), deixando de atuar na Operação Lava Jato. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) recebeu um pedido de providências da senadora Kátia Abreu contra o procurador para que ele deixe o posto.
A senadora já havia ingressado com outra reclamação disciplinar contra o procurador por utilizar as redes sociais para difundir uma matéria jornalística contra ela. A denúncia, no entanto, já havia sido arquivada pelo STF. A reclamação teve análise suspensa no fim de agosto, após pedido de vista de um conselheiro. O conselheiro Valter Shuenquener, relator do pedido, abriu prazo de 15 dias nesta quarta-feira (9) para o que o MPF e Deltan se manifestem sobre a ação.
Alguns jornais indicam que há uma movimentação para que Deltan tenha uma “saída honrosa” do cargo e promove-lo a procurador regional, para atuar na 2ª instância do MPF, o que o afastaria da operação. Para isso acontecer, porém, Dallagnol precisa se candidatar à vaga. A promoção precisa ser analisada pelo Conselho Superior do MPF. São dez vagas abertas para procurador regional, sendo cinco por antiguidade e cinco por merecimento. A próxima sessão do Conselho Superior do MPF está marcada para 5 de novembro, quando deve entrar em pauta o tema das promoções. Mesmo sendo promovido, Dallagnol não deixará de responder às representações movidas contra ele no CNMP por atuação tendenciosa dentro da Operação Lava Jato.