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Bolsonaro repudia invasão da embaixada da Venezuela e GSI diz que governo não incentivou ação
Diversas
Publicado em 13/11/2019

Bolsonaro repudia invasão da embaixada da Venezuela e GSI diz que governo não incentivou ação

 

 

Ocupação constrange Planalto no dia de abertura da cúpula do Brics em Brasília; Eduardo Bolsonaro havia apoiado ato em rede social

 

BRASÍLIA - O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República chamou de "invasão" a ocupação da Embaixada da Venezuela em Brasília por partidários do líder opositor venezuelano Juan Guaidó . No comunicado, o órgão também classificou de "inescrupulosos e levianos" aqueles que divulgam informações de que o governo brasileiro teria apoiado a invasão.

 

 

"Como sempre, há indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade. O Presidente da República jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão da Embaixada da Venezuela, por partidários do sr. Juan Guaidó", diz um trecho da nota.

 

Pouco depois da divulgação da nota do GSI, o presidente Jair Bolsonaro usou o seu perfil no Facebook para repudiar a invasão da representação diplomática "por pessoas estranhas à mesma". "Já tomamos as medidas necessárias para resguardar a ordem, em conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", escreveu o presidente. 

 

EMBAIXADA VENEZUELANA EM BRASÍLIA RECEBE PROTESTOS NA MANHÃ DE HOJE

Com camisa "Lula Livre", mulher segura bandeira da Venezuela em apoio ao presidente Nicolas Maduro Foto: Sergio Moraes / Reuters

Mais cedo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) havia tuitado em favor da ocupação, dizendo que "ao que parece está sendo feito o certo, o justo", já que o Brasil reconhecera Guaidó como presidente interino da Venezuela. Ele também disse ao GLOBO que iria à embaixada  para dar apoio aos partidários de Guaidó.

 

Segundo o GSI, as forças de segurança tanto da União quanto do Distrito Federal estão tomando providências para que a situação se resolva pacificamente e retorne à normalidade. O batalhão Rio Branco, da Polícia Militar, está no local, mas não pode entrar na embaixada, que, pelas normas internacionais, é território estrangeiro.

 

Depois de divulgar nota atribuindo a invasão da embaixada a "partidários do senhor Juan Guaidó", o GSI divulgou uma nova versão do comunicado, excluindo essa informação. Na nova versão, o relato do GSI permanece reconhecendo que a embaixada foi invadida, mas o ato não é mais atribuído a pessoas ligadas a Guaidó.

 

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A nota do GSI demonstra que há irritação do governo brasileiro com o episódio. O problema, que começou nas primeiras horas desta quarta-feira, ocorre justamente no primeiro dia da reunião de cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Brasília. A inviolabilidade das missões diplomáticas é um dos preceitos básicos das relações internacionais.

 

Guaidó foi reconhecido como "presidente interino" da Venezuela pelo governo Bolsonaro e os governos de cerca de 50 países. Os demais países do Brics reconhecem Maduro como presidente legítimo. O governo de Maduro não tem embaixador no Brasil desde 2016, quando chamou Alberto Castelar de volta em protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff, mas mantém um encarregado de negócios, Freddy Menegotti . Da mesma forma, o Brasil mantém um encarregado de negócios em sua embaixada em Caracas.

 

Mais cedo, o chanceler do governo Maduro, Jorge Arreaza, disse no Twitter que a embaixada foi invadida à força e responsabilizou o governo brasileiro pelo que ocorrer: "Fazemos responsável o governo do Brasil pela segurança de nosso pessoal e instalações diplomáticas. Exigimos respeito à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", escreveu.

 

Um comunicado divulgado pela “embaixadora” designada por Guaidó para o Brasil, María Teresa Belandria , afirmou que um "grupo de funcionários" da embaixada teria entrado em contato com os representantes do governo autoproclamado para informar "que reconhecem Juan Guaidó como presidente" da Venezuela.

 

O grupo, segundo o comunicado, “entregou voluntariamente” a sede diplomática da Venezuela no Brasil à oposição. Funcionários que estavam dentro da representação diplomática teriam sido notificados da ação e convidados a aderir ao movimento, "garantindo todos os direitos trabalhistas".

 

Já Freddy Menegotti , o encarregado de negócios da Venezuela no Brasil, nomeado pelo governo de Nicolás Maduro , afirma que a embaixada foi invadida, em uma ação calculada para coincidir com a cúpula dos líderes do Brics. No meio da manhã, Menegotti foi até a grade da embaixada fazer um pronunciamento e disse que o “imperialismo norte-americano” está por trás da ocupação.

 

 

Eliane Oliveira

13/11/2019 - 11:47 / Atualizado em 13/11/2019 - 14:33

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