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Análise: ataque é letal, mas empate no fim abafa grito de campeão e traz lições ao Flamengo
Esporte
Publicado em 14/11/2019

Análise: ataque é letal, mas empate no fim abafa grito de campeão e traz lições ao Flamengo

 

 

Contra o Vasco, time entra na pilha do adversário em mais um clássico, defesa é vulnerável e sofre quatro gols pela primeira vez no ano. Sete pontos em cinco jogos asseguram o título

 

Oito gols, duas viradas e muita emoção... É inegável que quem foi ao Maracanã se divertiu e viu um belo jogo de futebol. O empate por 4 a 4 com o Vasco, no entanto, traz alertas e lições para o Flamengo. E deixa um gostinho amargo para os rubro-negros, que sonham em encurtar o caminho para o título brasileiro.

 

O empate também contém um pouco a euforia com a proximidade do título. O Flamengo já não pode mais ser campeão no próximo domingo e, embora ainda tenha uma vantagem confortável para o Palmeiras, os gritos de "é campeão" que ecoaram por todo o Maracanã contra o Bahia apareceram timidamente diante do Vasco, no fim do jogo.

 

A conta é simples: para ser campeão sem depender de nenhum tropeço do Palmeiras, o Flamengo precisa de sete pontos nas cinco rodadas finais.

A situação no Campeonato Brasileiro ainda está dentro de controle, não há motivo para desespero, mas é preciso ligar o alerta e tirar lições do empate que servem até mesmo para a final da Libertadores, dia 23, contra o River Plate, em Lima . A vulnerabilidade saltou os olhos. Pela primeira vez no ano o Flamengo sofreu quatro gols em uma partida. Por outro lado, houve pontos positivos, especialmente no ataque, cada vez mais letal. São 130 gols no anos.

Defesa do Flamengo teve uma noite ruim — Foto: André Durão

LIÇÕES E ALERTAS

Pilha do adversário

 

Assim como aconteceu contra o Botafogo, o Flamengo apresentou, em certos momentos da partida, desequilíbrio emocional. O time entrou na pilha do adversário, o que acaba nivelando tecnicamente a partida. É algo a se trabalhar, até para não se perder diante do River Plate. Os argentinos são craques em catimba. Quando colocou a bola no chão e jogou futebol, o Rubro-negro foi superior.

 

- Jogadores são humanos, tem sonhos, ansiedades... Portanto, cabe a mim fazer com que seja uma equipe mais racional do que emotiva. Hoje perdemos um pouco do equilíbrio emocional e tático. É isso que um treinador tem que sentir e passar para seus atletas - alertou Jesus.

 

Defesa vulnerável

 

A defesa do Flamengo esteve irreconhecível. Um dos pontos fortes da equipe, sofreu quatro gols no ano pela primeira vez no ano em 2019. Falhas individuais foram gritantes, Pablo Marí teve uma incomum noite ruim, mas coletivamente o sistema defensivo não esteve bem como um todo, especialmente na recomposição. Todo contra-ataque do Vasco gerou problema.

 

- Nossa equipe, quando perde a bola, sabe se reorganizar rapidamente. E hoje não soubemos nos reorganizar rapidamente. E isso foi um dos motivos por termos sofridos quatro gols - analisou Jesus.

 

Mais um gol no fim

 

O roteiro foi diferente, mas a cena final praticamente idêntica. Assim como no empate com o Goiás, há duas semanas, o Flamengo sofreu o gol de empate do Vasco nos acréscimos. Falta de concentração nos minutos finais custaram quatro pontos, em 15 dias.

 

O QUE TEVE DE MELHOR

Que fase de Bruno Henrique!

Bruno Henrique tem sido o jogador mais importante do Flamengo na reta final da temporada — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes

O camisa 27 chega à reta final da temporada como principal jogador do Flamengo e do futebol brasileiro. Apagado no primeiro tempo, foi um monstro na etapa final, com dois belos gols que estavam dando a vitória ao Flamengo até os acréscimos. Já são 30 gols na temporada. Desta vez Gabigol passou em branco, mas deu duas assistências.

 

Time voltou a ter a formação completa e cresceu

 

Desde a semifinal da Libertadores contra o Grêmio, em 23 de outubro, o Flamengo não tinha em campo seu time titular completo. Aconteceu contra o Vasco no segundo tempo, com a entrada de Arrascaeta no lugar de Reinier no intervalo. O time cresceu em relação ao primeiro tempo.

 

Arrascaeta jogou 45 minutos e foi bem — Foto: André Durão / GloboEsporte.com

Arrascaeta voltou

 

A volta de Arrascaeta, aliás, é uma grande notícia. Fora dos dois últimos jogos, por conta de uma entorse no joelho esquerdo, o uruguaio teve sua melhor atuação pós-cirurgia. Ainda carece de ritmo de jogo, mas seu talento é imprescindível para o Flamengo.

 

Reinier e Vitinho

 

Jorge Jesus, aos poucos, vem ganhando peças importantes como opções. São nítidas as evoluções de Reinier e Vitinho nos últimos jogos. Apesar da oscilação natural, o jovem fez uma jogadaça no gol de Everton Ribeiro, com poucos segundos de jogo. Vitinho entrou arisco no segundo tempo e faz outra grande jogada no quarto gol do Flamengo.

Rafinha comemoração Flamengo Vasco — Foto: André Durão

Poder de reação

 

Se não estava acostumado a sair atrás no placar, o time de Jorge Jesus provou nos últimos dois jogos que tem poder de reação. Foi assim contra Bahia e Vasco. No clássico, só não saiu vitorioso porque sofreu um gol nos acréscimos.

 

 

Por Marcelo Baltar — Rio de Janeiro

 

14/11/2019 03h30  Atualizado há 2 horas

 

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