Dono de seis títulos mundiais, Lewis Hamilton define 2019 com duas palavras: "Quase perfeito"
Em entrevista exclusiva a Reginaldo Leme, piloto da Mercedes fala sobre a temporada, novos talentos, e o amor pelas corridas
Já como hexacampeão, Lewis Hamilton está ao Brasil para a penúltima prova da temporada. Cercado de um staff de mais de dez pessoas, o piloto da Mercedes chegou para a coletiva de imprensa do GP do Brasil vestido de maneira muito discreta e penteado estiloso. Depois, em entrevista exclusiva a Reginaldo Leme, resumiu sua temporada em duas palavas: quase perfeita.
O jornalista pediu que Hamilton comentasse uma declaração forte: "a Fórmula 1 me deu uma vida, mas também me arrasou".
- Eu acho que a Fórmula 1 me deu um propósito na vida, porque eu tenho um emprego, algo no qual eu tenho que trabalhar, metas que eu tenho que alcançar. Mas isso toma tudo de mim e muito mais - para conseguir fazer o que eu faço, ainda mais sendo o centro das atenções. É ótimo quando você está ganhando, mas sua vida está sendo vista com uma lupa. Cada pequeno erro que você possa cometer é diferente do de uma pessoa normal, que não está no centro das atenções, mas cada erro que eu cometi, na jornada de me tornar um homem melhor foi muito amplificada - paro bem ou paro mal. Mas eu estou melhor depois disso. É o que dizem: o que não te mata, te fortalece - disse Hamilton.
Manter o foco 100% numa temporada tão longa é sempre complicado. Mas Hamilton mostrou que tem algo muito forte, que supera tudo: o amor pelas corridas.
- Eu amo correr, mas sou competitivo. Não amo tanto quando não venço. Quando eu era mais novo, odiava perder, mais do que hoje. Agora, eu odeio quando largo em primeiro e chego em quinto, ma gosto quando largo em quinto e chego no pódio. Isso me dá a sensação de que estou mandando bem. À medida que eu vou progredindo, sinto que estou mandando bem. Acho que a vida é dar passos para frente, não para trás. Amo o fato da minha carreira ser uma maratona e não uma corrida de tiro curto. Estou sempre atento como administrar meus níveis de energia, como estender meu foco por 21 semanas, o que é muito tempo - explicou o hexacampeão.
O sexto título mundial veio com dez vitórias nas 19 corridas até agora. Ou seja, ele venceu mais da metade das provas disputadas. Mas um campeão nunca está satisfeito.
- Larguei poucas vezes em primeiro neste ano. Foram apenas quatro pole positions. As corridas tem sido o meu ponto forte, mas preciso melhorar os pontos fracos - disse Hamilton, nunca satisfeito.
O piloto da Mercedes também comentou temporada de dois jovens talentos que brilharam com vitórias: Max Verstappen, da RBR, e Charles Leclerc, da Ferrari.
- Acho que os dois podem ser campeões no futuro, mas têm muito a evoluir. Quando eu tinha 21 anos, também achava que sabia tudo. ão pilotos jovens em ascensão, que dirigem de forma fantástica e potencialmente futuros campeões. Eles vão continuar a evoluir. Todos nós já tivemos 20, 21 anos e achávamos que sabíamos de tudo. Eles já são tão bons agora sendo tão novos, realmente vai depender dos passos que eles vão dar. Cada um fará sua jornada, vai ser diferente da minha, diferente da sua. As escolhas que eles vão fazer tem muito a ver com as pessoas que os rodeiam - emendou.
Seis títulos não parecem suficiente para o piloto britânico. Ano que vem, Hamilton provavelmente será o maior vencedor de corridas da história. Ele está a nove vitórias de bater o recorde de Michael Schumacher. E, quem sabe, terá igualado os sete títulos do alemão.
- Quero brigar pelo sétimo título mundial no ano que vem, e estou ansioso para 2021, quando os carros vão passar por mudanças na aerodinâmica que vão tornar a fórmula um mais competitiva
Antes de encerrar a entrevista, Reginaldo pede para ele resumir a temporada deste ano em uma palavra, e Hamilton pede que sejam duas.
Por Erica Hideshima, Fred Sabino e Reginaldo Leme, GloboEsporte.com — São Paulo
13/11/2019 21h14 Atualizado há 9 horas