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Um ano da tragédia no Ninho: polícia retoma investigações ainda sem culpados apontados
Diversas
Publicado em 06/02/2020

 Um ano da tragédia no Ninho: polícia retoma investigações ainda sem culpados apontados

 

 

Expectativa é de que este mês o inquérito esteja concluído após pedido de mais informações do MP. Vice geral do Flamengo diz que incêndio "aparenta ter sido um lamentável acidente"

 

Neste sábado, dia 8 de fevereiro, a tragédia no Ninho do Urubu completa um ano. As investigações da polícia civil do Rio de Janeiro ainda estão em curso, depois que o Ministério Público devolveu o inquérito por duas vezes, a última no dia 19 de dezembro, para a apuração de novas informações. Possíveis culpados pelo incêndio que deixou dez adolescentes mortos e três feridos ainda não foram apontados, tampouco qual será o enquadramento jurídico.

 

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Carro, Polícia Civil, Ninho do Urubu, Flamengo — Foto: André Durão / GloboEsporte.com

Carro, Polícia Civil, Ninho do Urubu, Flamengo — Foto: André Durão / GloboEsporte.com

A expectativa é de que este mês a polícia entregue o inquérito pela terceira vez ao MP. De acordo com a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro) novas diligências estão sendo feitas.

 

- Esse inquérito vai ser encaminhado pelo promotor responsável pelo caso, vindo da delegacia, e o promotor vai analisar e verificar se há a hipótese de oferecer a denúncia nesse caso - disse Pedro Rubim, promotor do Ministério Público.

 

Em junho, foram indiciados por dolo eventual o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e outras sete pessoas, incluindo engenheiros do clube e da empresa "NHJ", responsável pelos contêineres, além de um técnico de refrigeração. O fogo no alojamento no Ninho começou em um aparelho de ar condicionado.

 

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Vice geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee disse em vídeo divulgado pelo clube que a tragédia foi um acidente, e reconheceu a responsabilidade do clube de indenizar a família das vítimas.

 

- O Flamengo reconhece que tem responsabilidade, independente de culpa. De tudo que vimos, nos aparenta ter sido um lamentável acidente. Mas temos responsabilidade como guardiões dos adolescentes. Não é que estejam demorando (investigações), eles estão se esforçando para chegar a uma conclusão. Nós achamos que está chegando ao fim. Não cobramos nada porque sabemos que está sendo feito com esmero e atenção - disse o dirigente.

luto homenagens incêndio ninho do urubu flamengo — Foto: André Durão

luto homenagens incêndio ninho do urubu flamengo — Foto: André Durão

Neste mesmo vídeo, ao lado do presidente Rodrigo Landim e do CEO Reinaldo Belotti, Dunshee afirmou ainda que o Flamengo vai esperar a conclusão das investigações para avaliar a necessidade de ações internas. Veja a íntegra das declarações dos dirigentes no vídeo abaixo.

 

- No Flamengo fazemos investigações internas para pequenas infrações. Essa situação é enorme e importante, que está sendo vista pela polícia e justiça. No dia que concluírem, tirarem as conclusões, apontarem as causas e eventuais culpados, aí o Flamengo vai se manifestar internamente. Não seria correto intervir em uma questão que ainda está nas mãos das autoridades.

 

Quais informações adicionais deseja o MP?

O Ministério Público deseja que a polícia intime a CBF e Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) a fornecerem informações sobre a concessão do certificado de clube formador ao Flamengo. Na ocasião do incêndio, o presidente da CBF era Marco Polo Del Nero. O clube conseguiu o certificado em 2015, quando a Ferj informou que todas requisitos haviam sido atendidos. A ideia é entender os motivos para a aprovação.

 

Há também um pedido para que a polícia peça explicações para a empresa "NHJ do Brasil" sobre a venda e fornecimento de contêineres para o Flamengo. Com base em informações do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RJ (Crea-RJ), a "NHJ Brasil Container´s" encerrou suas atividades no dia 17/03/2014 e não poderia comercializar esse produto.

 

Após as novas diligências, a polícia vai devolver este mês o inquérito ao MP.

 

Os indiciados:

 

Danilo da Silva Duarte, engenheiro da NHJ;

 

Edson Colman da Silva, técnico em refrigeração;

 

Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo;

 

Fábio Hilário da Silva, engenheiro da NHJ;

 

Luis Felipe Pondé, engenheiro do Flamengo;

 

Marcelo Sá, engenheiro do Flamengo;

 

Marcus Vinícius Medeiros, monitor do Flamengo;

 

Weslley Gimenes, engenheiro da NHJ.

 

Por Bernardo Pombo, Fred Huber e Gustavo Rotstein — Rio de Janeiro

 

06/02/2020 12h00  Atualizado há 3 horas

 

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