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Aliança pega carona em viagem de Bolsonaro para buscar adesões no litoral de SP
Diversas
Publicado em 24/02/2020

Aliança pega carona em viagem de Bolsonaro para buscar adesões no litoral de SP

 

 

A estadia de Jair Bolsonaro no Forte dos Andradas, em Guarujá, litoral de São Paulo, levou apoiadores a pegar carona na programação do presidente ao longo do Carnaval para tentar alavancar a coleta de assinaturas para a Aliança pelo Brasil, partido que ele pretende criar após sua saída do PSL no final do 2019.

Para aproveitar a movimentação nas imediações devido à presença do presidente, bolsonaristas montaram uma tenda a poucos metros da entrada do forte —e fazem turno de quase 12 horas diárias por novas adesões. 

"Colhemos mais de 500 assinaturas só nesses três dias e não somente de gente da cidade. Pessoas que não conseguiram fazer em suas cidades nos procuraram e fizeram conosco", afirmou Clayton Leite, 51, corretor de imóveis e responsável pelo movimento em Guarujá.

Desde a chegada de Bolsonaro na tarde da última sexta-feira (23), esse grupo se articula para alcançar uma meta de 2.000 assinaturas neste mês. Até este domingo, tinham pouco mais de 750.

O Tribunal Superior Eleitoral validou, em dois meses, apenas 2.900 assinaturas de apoiadores de Bolsonaro. O novo partido precisa de 492 mil até abril para poder disputar as eleições municipais —diante do prazo apertado, aliados de Bolsonaro reconhecem que a criação só tende a ser viável para a eleição de 2022. 

"Eu era presidente do PSL aqui em Guarujá, mas quando houve o desligamento do presidente do partido fiz a desfiliação", disse Leite.

Logo em sua chegada, Bolsonaro passou pelo local para cumprimentar os seus apoiadores. Depois, foi a vez do irmão dele, Renato Bolsonaro. "Ele nos pediu para focarmos na assinatura, no apoiamento e mantermos firme a posição de levarmos essa bandeira adiante. Temos pressa."

O grupo de apoiadores deve ficar no local durante todo o Carnaval. Os trabalhos pela cidade ocorrem desde 10 de janeiro.

A busca por novas assinaturas foi iniciada pelo Nordeste, segundo maior eleitorado do Brasil e única região onde Bolsonaro foi derrotado em todos os estados no segundo turno da eleição presidencial de 2018.

No litoral paulista, por sua vez, Bolsonaro venceu em todas as cidades de Fernando Haddad (PT), seu rival na reta decisiva das eleições.

Bolsonaro está em Guarujá para passar o Carnaval e tem previsão de retorno a Brasília na quinta-feira (27).

O presidente se esquivou de declarações neste domingo (23), após se manifestar sobre diversos assuntos no dia anterior. No início da manhã, ele era aguardado no Aquário Municipal de Santos, mas cancelou a programação ao lado da filha mais nova, Laura.

Antes do almoço, saiu de carro com sua comitiva para um almoço na Fortaleza de Itaipu, em Praia Grande (78 km de São Paulo). Na chegada à cidade, parou em uma padaria e, posteriormente, em um supermercado na mesma avenida da fortificação.

Questionado por repórteres, sinalizou que não responderia perguntas. Na saída, antes de retornar ao Guarujá, ficou por cerca de 45 minutos tirando fotos e atendendo apoiadores.

Bolsonaro afirmou no sábado (22) que "implodiu" o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), ao comentar a demissão da então presidente do órgão, Angela Flores Furtado, e de "meia dúzia", segundo ele, de integrantes da diretoria.

O presidente foi a duas padarias e a dois mercados de Guarujá, onde conversou com diversos apoiadores e tirou fotos. Depois, à noite, esteve no Iate Clube de Santos.

Ele pediu que sua equipe gravasse o momento em que ele atendia um homem que usava um chapéu de vaqueiro nordestino e que foi colocado pelo presidente. "Dá o show do Ceará aqui. Flagra o show. Por que que todo cearense tem cabeça grande?", disse. 

À noite, o presidente comentou a declaração sobre cearenses em entrevista a uma repórter da TV Tribuna, afiliada da Globo. "A Folha de S.Paulo já está botando que eu estou ofendendo cearense. Daqui para frente, cearense tem cabeça pequena. Pronto", disse Bolsonaro na saída de uma pizzaria.

por Klaus Richmond|Folhapress

 

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