Ala militar do governo começa a rever posição sobre demissão de Mandetta
Ministros da ala militar do governo do presidente Jair Bolsonaro não gostaram da entrevista dada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, à TV Globo. Antes apoiadores da permanência de Mandetta no Cargo, os militares agora começam a repensar seu posicionamento.
De acordo com o jornal O Globo, a fala do ministro que diz que o "governo precisa ter um discurso unificado no combate ao coronavírus" foi interpretada como "covardia" e "molecagem" pela ala militar. O grupo ainda entende que o titular da Saúde tentou "forçar sua demissão".
Na entrevista ao Fantástico, Mandetta criticou pessoas que estão afrouxando as regras de isolamento e mencionou aqueles que frequentam "padarias". Na última semana, Bolsonaro circulou por Brasília, cumprimentou apoiadores e entrou em farmácias e padarias.
Outra coisa que incomodou os militares do governo foi a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), na entrevista. O gestor do estado do centro-oeste rompeu com Bolsonaro quando este pediu o fim do isolamento, em pronunciamento oficial.
A opinião geral é de que Mandetta mais uma vez "se veste de arrogância" e "enfrenta o presidente". Os militares repudiam qualquer tipo de insubordinação ou desobediência hierárquica.
Sobre uma possível demissão de Mandetta, o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que é preciso sentir o clima antes de qualquer definição. Bolsonaro já deu sinais, nesta manhã, de que vai ouvir seus conselheiros antes de tomar uma decisão.