A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou neste sábado (6) um protocolo de saúde com sugestões de proteção para o retorno às atividades do futebol em meio a pandemia do coronavírus. O documento foi elaborado pela Comissão Médica Especial da entidade e seguiu as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB).
"Sugerir a implementação de medidas de proteção para o retorno das atividades dos clubes do futebol brasileiro, seguindo rigorosamente as práticas de segurança e assistência para atletas, membros das comissões técnicas, funcionários e colaboradores", informa o guia em relação ao seu objetivo.
A CBF ressalta que o processo é dinâmico e que será atualizado constantemente, "na medida em que novas normativas do Ministério da Saúde e da literatura especializada com evidências científicas comprovadas sejam publicadas".
A entidade propõe que a retomada das atividades seja feita em cinco fases. Na primeira, a preliminar, os clubes ficam responsáveis em coordenar as ações de medidas protetivas antes da volta aos trabalhos, como realização de testes nos elencos, comissões técnicas e funcionários, além de monitorar familiares. A etapa seguinte é a de treinamento individual, onde os jogadores não deverão usar os vestiários. Eles já chegarão ao centro de treinamento uniformizados e retornarão às suas casas logo após o fim das atividades. Eles terão as temperaturas aferidas e se alguém tiver mais de 37,5º não poderá ter acesso ao local.
A terceira fase é a de treinos coletivos. Eles deverão ser precedidos de um período de atividades físicas. Os clubes devem manter os protocolos das etapas anteriores como o monitoramento de testes, aferição de temperatura, uso de máscaras, higienização dos materiais de treino e não abertura dos vestiários. Em relação a fase de competições, o documento não prevê datas para a volta dos jogos. Ele diz que "a dinâmica da epidemia certamente influenciará no período de treinamento mínimo necessário para um retorno seguro às competições. Ajustes na tabela de jogos podem ser necessários para acomodação das datas disponíveis para a disputa das partidas". Além de "todas as partidas agendadas serão realizadas sem a presença de público, com acesso restrito ao campo de jogo e vestiários limitado aos funcionários essenciais à administração do estádio, atletas das duas equipes e respectivas comissões técnicas, além de equipe de arbitragem, delegados da partida e controle de doping".
A última fase, de acompanhamento, prevê que "necessário orientar o Departamento de Competições das entidades organizadoras dos campeonatos sobre a possibilidade de remarcações e alterações da tabela de jogos, resultando em numa tabela dinâmica das partidas".
O documento também determina que os clubes deverão informar semanalmente os novos casos positivos para o banco de dados da Comissão Médica e de Combate a Dopagem da CBF. Eles serão mantidos em sigilo e utilizados em uma publicação futura, de cunho científico, para disseminação de conhecimento entre as entidades profissionais.
O futebol brasileiro está paralisado desde meados do mês de março devido à pandemia do coronavírus. Ainda não datas definidas para os reinícios das competições que estavam sendo disputadas nos primeiros meses do ano e nem para os campeonatos nacionais que iriam começar a partir do mês de maio.