O ex-deputado federal Nelson Meurer, primeiro a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Operação Lava Jato, morreu na manhã deste domingo (12), aos 77 anos. Ele estava internado por complicações da Covid-19 e seu corpo será cremado.
Segundo informações do G1, a morte dele foi confirmada por seu advogado e pela direção da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. Ele cumpria pena de 13 anos e nove meses pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
O político estava internado em um hospital particular desde o último dia 7. Ele era um paciente de risco por conta da idade, mas também por ser cardiopata, diabético, hipertenso e renal crônico. Seu diagnóstico de coronavírus foi divulgado na quinta (9) pela defesa, que tentava converter sua pena para prisão domiciliar, mas desde novembro de 2019 os pedidos foram negados - ele foi preso um mês antes, em outubro.
Nesta semana, o advogado Michel Saliba chegou a ingressar com um novo pedido no STF, mas não houve decisão.
"A situação toda é que ele não ficou em isolamento. Quem está em uma cela, com contato, em um ambiente prisional, está sujeito a isso. Infelizmente, essa realidade poderia ter sido evitada", disse o advogado.
De acordo com a publicação, o diretor da penitenciária onde Meurer cumpria pena, Marcos Andrade, disse que o ex-deputado estava em uma ala com presos que trabalham no local e que outros dois detentos também foram diagnosticados com o vírus.
Natural de Bom Retiro, em Santa Catarina, Meurer foi prefeito do município de Francisco Beltrão de 1989 a 1993. Ele era agropecuarista e atuou como presidente da Cooperativa de Eletrificação Rural e do Sindicato Rural da cidade, segundo o Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Se elegeu deputado federal em 1994 e ocupou o cargo por seis legislaturas.