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Motorista que arrastou ciclista responderá processo em liberdade
Polícia
Publicado em 04/09/2017

Vítima havia acabado de se casar e faria aniversário na última sexta-feira

O caminhoneiro Mario Prestes Neto, de 61 anos, que atropelou e arrastou um ciclista em Osasco, na Grande São Paulo, na última semana, responderá em liberdade pelo crime. Investigado por homicídio doloso e fuga do local do acidente, ele foi liberado do 91° Distrito Policial (Ceagesp) - onde se apresentou na manhã deste domingo-, por volta das 16h30, após o Tribunal de Justiça negar o pedido de prisão temporária da Polícia Civil.

Segundo a Polícia Civil, o pedido de prisão foi negado pelo juiz por entender que o réu pode responder ao processo em liberdade, uma vez que tem idade avançada, endereço fixo, não apresentaria antecedentes e se apresentou na delegacia. Como só se entregou dias após o crime, não foi alvo de flagrante.

Estado de choque

O advogado de defesa Cícero Oliveira dos Santos afirmou que Neto estava em Presidente Prudente, no interior paulista, em estado de choque e pensando em suicídio. Ele nega que o suspeito só tenha se apresentado neste domingo para livrar o flagrante.

Santos disse que o motorista conduzia o veículo quando foi surpreendido por um ciclista cruzando a via e não pôde evitar o acidente. Para justificar o fato de Neto só ter parado mais de 2 quilômetros depois – mesmo com a vítima presa ao capô do carro – afirmou que o suspeito não queria "passar por cima do corpo" e que foi vítima de ameaças de pessoas que gritavam "assassino".

Brasil Urgente: Filha denuncia o crime cometido pelo próprio pai

Pai e filha

Neto saiu acompanhado do advogado, sob forte assédio da imprensa, e não quis falar. Do lado de fora do 91° DP, abraçou a filha que havia registrado um boletim de ocorrência para denunciar o pai como autor do crime. "Ele não ficou com raiva. Criou ela assim, para falar a verdade", disse Santos.

Testemunha

O caso aconteceu na tarde de quarta-feira (30) por volta das 17h45. A vítima foi o pintor Gilmar Barbosa da Mata, de 45 anos. Segundo o assistente de manutenção Lusimar Rodrigues Barbosa Júnior, de 23 anos, que acompanhava a vítima, eles voltavam do trabalho no momento do atropelamento.

Segundo o rapaz, eles atravessavam a avenida quando um veículo Renault Clio preto atingiu o pintor, que ficou um pouco para trás porque empurrava a bicicleta. Com o impacto, ele teria sido arremessado e caído no teto do carro, onde se segurou por mais de dois quilômetros até as proximidades do Complexo Viário Heróis de 1932, conhecido como Cebolão.

Recém-casado

Natural de Boquira, na Bahia, a vítima trabalhava como pintor e morava em São Paulo há cerca de 18 anos. Ele faria aniversário de 46 anos na última sexta-feira. O incidente ocorreu no primeiro dia em que foi ao trabalho de bicicleta, pois costumava utilizar o próprio carro no trajeto.

De acordo com o irmão do ciclista, Nilton Barbosa da Mata, de 42 anos, ele havia se casado há cerca de 20 dias com a companheira com quem vivia. Ele era pai de dois jovens, de 14 e 6 anos. "Foi uma tragédia", desabafou.

Fonte- BAND

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