Brasil não registra novos casos desde junho, mas ainda há 'grande preocupação' com novos surtos por baixa cobertura vacinal, informa a pasta.
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (6) o fim do surto de febre amarela no País. Segundo a pasta, desde junho não há registro de novos casos. Ao todo, foram 777 casos e 261 mortes entre dezembro de 2016 e agosto de 2017.
Ainda, nesse período, 2.270 casos foram descartados e 213 ainda estão em investigação.
De acordo com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ainda é necessário ampliar a cobertura vacinal em muitos estados – e, por esse motivo, o governo decidiu expandir a cobertura para crianças de nove meses em todo o País.
"Desde junho não registramos nenhum caso, mas há uma grande preocupação porque a cobertura vacinal é baixa em muitos estados", disse.
O ministro disse ainda que, apesar de não ter sido necessário, o ministério está preparado para fracionar a vacinação se tiver que atender a um grande público em curto período de tempo. A eficácia do fracionamento está sendo testada pela Fiocruz.
"A situação está sob controle, mas precisamos ampliar a cobertura vacinal, precisamos que todas as áreas de recomendação de vacinação tenham 90% de cobertura, essa é a meta", completou.
Governo incluiu crianças de 9 meses na cobertura
Para evitar novos surtos, o ministério decidiu incluir na vacinação contra febre amarela as crianças de nove meses de todo País. A medida deve entrar em vigor a partir de 2018, mas ainda não foi definido se a vacinação ocorrerá em campanhas.
Para garantir a cobertura vacinal, o ministério da Saúde fez parceria com os municípios e administrou estoques de vacinas.
De acordo com o ministério, foram investidos R$ 66,7 milhões para controlar o surto.
Também foram distribuídas 36,7 milhões de doses extras ao longo deste ano, entre as vacinas já previstas e as doses enviadas como reforço nos estados afetados pelo surto.
Ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao centro, anuncia fim do surto de febre amarela em coletiva de 6 de setembro de 2017. (Foto: Bianca Marinho/G1)
Surtos de febre amarela se dão em ciclos
Segundo a pasta, o surto de febre amarela ocorre em ciclos de 7 anos em média e, por isso, um surto já era esperado. João Paulo Toledo, diretor do departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, explica que a doença se manifesta em períodos quentes.
"Possivelmente, o aumento desse número de casos ocorreu em áreas onde o vírus não circulava e passou a circular", disse. "A febre amarela se comporta em surtos que são cíclicos. A sazonalidade da doença ocorre em épocas de calor, de dezembro a meados de abril. Com o fim da sazonalidade, a expectativa é que se diminua o número de casos."
Região Sudeste foi a mais atingida
A região Sudeste registrou 764 casos confirmados, a maior parte. A vacinação foi reforçada com 27,8 milhões de doses extras em cinco estados: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Bahia.
Em São Paulo, 44 municípios passaram a ser áreas com recomendação permanente. Até o fim do ano, o ministério deve decidir quais os outros municípios também vão passar por essa ampliação.
O surto de febre amarela no Brasil, apesar de atingir regiões próximas de zonas urbanas de estados como Rio de Janeiro e São Paulo, foi classificado como silvestre pelo governo brasileiro.
Número de infecções por influenza caiu
Segundo o ministério da saúde, houve queda de 81% nos casos de gripe no país. Em 2017, foram registrados 2.070 casos e 361 mortes até 28 de agosto. O vírus com maior circulação é o H3N2, enquanto em 2016 foi o H1N1.
Entre 17 de abril e 9 de junho, período da campanha de vacinação, 51,8 milhões de pessoas foram vacinadas – cobertura de 87,5% do público-alvo.
Fonte- G1