O município de Teixeira de Freitas passa por uma epidemia de chikungunya. A doença, uma das arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, já conta com 1.027 casos notificados e 546 confirmados, desde a primeira semana de janeiro deste ano até o último dia 4, segundo a Vigilância Epidemiológica do município.
De acordo com a coordenadora da Vigilância, Rosidalva Barreto, a situação na cidade já pode ser considerada epidemia. “A gente tem uma população que nunca tinha tido a doença, tem a presença do vetor e o vírus circulando aqui. O primeiro caso confirmado foi em 2014, mas só tivemos um. Em 2015, não teve nenhum, mas em 2016 teve 213 notificados. Em 2017 foi um movimento não só de Teixeira, mas da Bahia toda”, diz, referindo-se aos casos do ano passado.
Em 2017, só nos quatro primeiros meses do ano, foram 1.813 casos. Até o fim do ano, o número chegou a 2.113, sendo que 1.630 foram confirmados.
Ainda conforme a coordenadora, 90% dos criadouros do mosquito na cidade estão dentro das casas. Segundo Rosidalva, as pessoas dizem que precisam acumular água devido à possibilidade de falta.
“Mas, a gente percebe que há muito descuido. Muitos dizem que os terrenos privados são de responsabilidade da prefeitura limpar, mas não é. A responsabilidade é dos proprietários”, reforça.
Ela afirma, ainda, que a Vigilância tem feito trabalhos de educação nas escolas e comunidades, além da ação direta para eliminação de focos. Os agentes visitam as casas e também fazem o bloqueio com bomba costal.
Ao CORREIO, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) informou que tem dados parciais referentes à situação em Teixeira de Freitas – de 1.007 casos notificados.
Em toda a Bahia, este ano, foram 1.442. Dessa forma, significa dizer que somente Teixeira de Freitas é responsável por cerca de 70% dos casos de chikungunya do estado. Em Salvador, foram já 29 este ano, contra 126 no ano passado.
A secretaria destacou, contudo, que houve uma redução de 47,4% em relação ao mesmo período do ano passado, no caso de Teixeira de Freitas. Em todo o ano de 2017, a Bahia teve 7.346 casos notificados de chikungunya.
Zika
Já a cidade de Pé de Serra, no Nordeste do estado, chama atenção pelo número de casos de zika. Só este ano, foram 298 casos notificados, segundo a Sesab. No ano passado, foram quatro casos. A Sesab afirma, contudo, que boa parte dos municípios não informava os dados – assim, em anos anteriores existiu uma “grande subnotificação”.
Ainda de acordo com a Sesab, as ações de prevenção são realizadas pelos municípios, contando com o apoio dos Núcleos Regionais de Saúde.
“As orientações são as mesmas utilizadas para o combate ao mosquito Aedes aegypti: combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros”, dizem.
Fonte- Sul Bahia News