Câmara gastou quase R$ 45 mil em passagens aéreas nos últimos dois anos
Após a farra da churrascada custeada com dinheiro público da Câmara de Vereadores, outra farra envolvendo a Câmara vem à tona, dessa vez com gastos excessivos com passagens aéreas.
Conforme apuração da equipe do Zero Hora News, o ex-presidente da Casa Legislativa e pré-candidato à Prefeito de Teixeira de Freitas/BA, Agnaldo Teixeira Barbosa (PR), o popular Agnaldo da Saúde, autorizou durante sua gestão à frente da Câmara no biênio 2017-2018 o total de R$ 44.471,73 (Quarenta e quatro mil, quatrocentos e setenta e um reais e setenta e três centavos) para compra de passagens aéreas.
De acordo com o Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas, da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o preço médio da passagem aérea para voos domésticos em 2017 foi de R$ 357,16. No mesmo ano, em todo o País, 52,9% foram vendidas por menos de R$ 300 e apenas 0,7% por mais de R$ 1.500.
No entanto, o Zero Hora News apurou que algumas passagens aéreas adquiridas pela Câmara Municipal de Teixeira de Freitas foram compradas por valores bem mais salgados entre 2017 e 2018, chegando a custar o valor de R$ 1.498,45 por passagem. Ao todo foram gastos R$ 21.754,78 em 18 viagens aéreas em 2018 e R$ 22.986,95 em 14 viagens aéreas em 2017. O valor gasto há dois anos é o maior entre as Câmaras Municipais do Sul da Bahia. Todas as informações estão no site do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia.
Segundo apurou a reportagem, somente em uma única viagem no trajeto, Porto Seguro x Salvador e vice versa, no período de 21 à 24 de agosto de 2017, Agnaldo da Saúde gastou o montante de R$ 2.873,55, tudo devidamente bancado com recursos oriundos do pagamento de impostos do cidadão teixeirense. Se o vereador, optasse por respeitar o dinheiro do contribuinte, e tivesse viajado de ônibus, a viagem de ida e volta conforme consulta no portal da empresa Águia Branca, com saída direto de Teixeira de Freitas, ficaria no caso de ônibus rodoviário no valor de R$ 183,08 ou R$ 366,16 o preço de ida e volta, uma economia de R$ 2.507,39 de dinheiro público.
CONSULTA AO PORTAL DA EMPRESA ÁGUIA BRANCA:
Em 2018, com o pretexto de realizar curso para apenas 4 (quatro) servidores no Estado de São Paulo, em duas oportunidades, Agnaldo da Saúde autorizou viagens, totalizando o gasto de R$ 10.930,39 com passagens aéreas de ida e volta para São Paulo
Conforme cotação, se Agnaldo, em respeito ao dinheiro do contribuinte tivesse fornecido a viagem através de ônibus rodoviário, conforme cotação realizada no portal da empresa São Geraldo, o preço de cada passagem, com valor atualizado, sairia por R$ 265,71, o que iria perfazer o valor total de R$ 2.125,68, resultando em uma
economia de R$ 8.804,71
CONSULTA AO PORTAL DA EMPRESA SÃO GERALDO:
A reportagem tentou contato com o vereador Agnaldo da Saúde, mas, não obteve êxito.
MAIS DENÚNCIAS
Entre os funcionários da Câmara que efetuaram a viagem estão Flávio de Jesus Santos e Oseias Soares Lima, respectivamente responsáveis, pela Comissão de Licitação e pelo Setor de Compras da Câmara.
A julgar pela análise de todos os processos de licitação, inexigibilidade e dispensa de licitação que a equipe do Zero Hora News analisou desde o ano de 2017 até a presente data e de corresponsabilidade da dupla, o curso pouco serviu para que os servidores pudessem evitar, a quantidade de crimes contra a Administração Pública verificados nos processos administrativos de compras, que vão desde falsificação de documentos para fraudar os processos até o rotineiro superfaturamento dos preços.
Nossa equipe visitou uma a uma, todas as empresas e empresários que supostamente participaram dos processos administrativos e através de uma reportagem especial iremos detalhar todos os esquemas criminosos envolvendo a Câmara de Vereadores, tem até vereador, como sócio oculto de empresa de software que presta serviço a Câmara. Praticamente todos os processos envolvendo software foram fraudados.
Um dos empresários procurados por nossa reportagem, que teve documentos de sua empresa utilizados no esquema, afirmou categoricamente que "Essas assinaturas são falsas, não são minhas, não forneci nenhum 'documento' para a Câmara de Vereadores, aliás, minha empresa está desativada ha mais de 5 (cinco) anos e eu hoje atuo em outro ramo" finalizou.
O caso das falsificações é só a ponta do iceberg envolvendo uma Organização Criminosa que falsificou assinaturas, fraudou documentos, favoreceu empresas, superfaturou preços. Até o momento a nossa equipe já constatou mais de 30 (trinta) processos administrativos fraudados para favorecer empresas, ora em licitações, ora em dispensas de licitações.
A equipe de reportagem está finalizando a série que promete "movimentar" os bastidores da política local!
Da Redação do Zero Hora News