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Militar preso na Espanha com cocaína já fez outras viagens no escalão avançado da Presidência da República
Polícia
Publicado em 27/06/2019

Militar preso na Espanha com cocaína já fez outras viagens no escalão avançado da Presidência da República

O segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues foi preso em Sevilha com 39 quilos da droga

 

 

RIO — O segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues é o militar que foi preso na manhã de terça-feira pela polícia espanhola, no aeroporto de Sevilha, suspeito de tráfico de drogas. Ele era tripulante do voo que transportava a equipe avançada de transporte que dava apoio à comitiva do presidente Jair Bolsonaro. Ele foi flagrado com 39 quilos de cocaína divididos em 37 pacotes em sua mala, disse à AFP uma porta-voz da força policial sevilhana. O GLOBO confirmou com fontes do governo brasileiro que ele deixou o país ontem.

 

 

O salário dele bruto é de R$ 7.298,10 e está lotado no Comando da Aeronáutica. Em março, ele também fez uma viagem como comissário do escalão avançado da presidência da República. No dia 29 de março, ele saiu com a equipe de Brasília rumo a São Paulo e fez ainda fez uma escala em Vitória, no Espírito Santo, antes de retornar a Brasília. O sargento também viajou com Bolsonaro em fevereiro quando o presidente esteve na capital paulista para exames. A viagem ocorreu em 27 de fevereiro.

 

Integrante do  Grupo de Transporte Especial  (GTE), baseado em Brasília, ele esteve ainda em outras viagens internacionais com integrantes do governo. Em setembro de 2011, o suboficial cumpriu missão de dois dias em Praia, Cabo Verde, em apoio à Presidência da República. Dilma não teve viagem ao país nesse período.

 

Em maio do mesmo ano, o militar estava na missão de  apoio ao ministro de das Relações Exteriores na viagem de um dia a Assunção no Paraguai. No mesmo mês, ele fez uma viagem de cinco dias a Buenos Aires, na Argentina, para apoiar a ida do ministro da Defesa. Em novembro, ele voltou à capital argentina em uma viagem de dois dias. Antes, no entanto, ele fez uma viagem de dois dias a Montevidéu, no Uruguai, quando, em agosto, acompanhou o ministro das Cidades. Em março de 2012, ele foi designado para uma viagem de seis dias a Santiago, no Chile, também em apoio ao Comandante da Aeronáutica.

 

No Portal da Transparência, são relacionadas 28 viagens nacionais de Silva Rodrigues a destinos como Recife, Rio, São Paulo, Maceió, etc. É  possível verificar que o militar já recebeu R$ 17.292,14 em diárias de viagens nacionais entre 2014 e 2019. Em 11 ocasiões, entre 2017 e este ano, a unidade orçamentária pagadora é a Presidência da República.

 

Em maio de 2016, Rodrigues esteve em apoio à viagem da presidente Dilma Rousseff para Juazeiro do Norte (BA) e Cabrobró (PE), durante visitas às obras de transposição do rio São Francisco.

 

Procurada, a Força Aérea Brasileira (FAB) disse nesta quarta-feira que "o sargento partiu do Brasil em missão de apoio à viagem presidencial, fazendo parte apenas da tripulação que ficaria em Sevilha. Assim, o militar em questão não integraria, em nenhum momento, a tripulação da aeronave presidencial, uma vez que o retorno da aeronave que transporta o Presidente da República não passará por Sevilha, mas por Seattle, Estados Unidos", informou.

 

Ontem, sem divulgar o nome do militar, a FAB informou que os fatos estavam sendo apurados e que foi determinada a instauração do Inquérito Policial Militar (IPM). Pelo Código Penal Militar (CPM), a condenação por tráfico de drogas tem pena de reclusão de até cinco anos.

 

"O Comando da Aeronáutica reitera que repudia condutas dessa natureza, reforça o compromisso com o rigor das investigações e ressalta que dará prioridade na apuração e elucidação do caso, bem como colabora com as autoridades", dizia a nota publicada ontem.

 

Nesta quarta-feira, em nova nota, a FAB afirma que o sargento exerce a função de comissário de bordo em uma aeronave militar VC-2 Embraer 190.

 

"Esclarecemos que o sargento partiu do Brasil em missão de apoio à viagem presidencial, fazendo parte apenas da tripulação que ficaria em Sevilha. Assim, o militar em questão não integraria, em nenhum momento, a tripulação da aeronave presidencial, uma vez que o retorno da aeronave que transporta o Presidente da República não passará por Sevilha, mas por Seattle, Estados Unidos".

 

A FAB disse ainda que as "medidas de prevenção a esse tipo de ilícito são adotadas regularmente. Em vista do ocorrido, essas medidas serão reforçadas".

 

O segundo-sargento foi  preso na manhã de terça-feira pela polícia espanhola , no aeroporto de Sevilha, suspeito de tráfico de drogas. Ele foi flagrado com 39 quilos de cocaína divididos em 37 pacotes em sua bagagem.

 

Juliana Castro e Juliana Dal Piva

26/06/2019 - 14:11 / Atualizado em 26/06/2019 - 19:41

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