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PF prende ex-executivo da Odebrecht em nova fase da Lava Jato que investiga propina a ex-ministros
Polícia
Publicado em 21/08/2019

PF prende ex-executivo da Odebrecht em nova fase da Lava Jato que investiga propina a ex-ministros

 

Segundo a PF, investigação mira propina paga a dois ex-ministros identificados como 'Italiano' e 'Pós-Italiano', apelidos que delatores usavam para identificar Antonio Palocci e Guido Mantega.

 

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (21) a 63ª fase da Operação Lava Jato. Segundo a PF, são cumpridos dois mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo e na Bahia.

 

(CORREÇÃO: na publicação desta reportagem, o G1 errou o nome de um dos alvos de mandado de prisão. Em vez de Newton de Souza, a ordem de prisão é para Nilton Serson. A informação foi corrigida às 7h14)

 

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os alvos de prisão são o ex-executivo do Grupo Odebrecht Maurício Ferro e o advogado Nilton Serson. Bernardo Gradin, ex-presidente da Braskem, é alvo de buscas.

 

O G1 tenta contato com as defesas dos citados.

 

Até as 7h, apenas Ferro tinha sido preso.

 

Segundo o MPF, a ação de hoje visa identificar quem foram os beneficiários de R$ 118 milhões pagos pela Braskem, por meio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, entre 2005 e 2013.

 

De acordo com o MPF, a Braskem, a mando do ex-diretor jurídico Maurício Ferro, pagou R$ 78 milhões ao advogado Nilton Serson por meio de 18 contratos fictícios de advocacia.

 

As investigações identificaram que Serson também recebeu do setor responsável pelo pagamento de propinas da Odebrecht outros US$ 10 milhões em contas mantidas no exterior.

 

 

Segundo o MPF, a operação busca aprofundar as investigações dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados às medidas provisórias (MPs) 470 e 472, que concederam o direito de pagamento de débitos fiscais sobre o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) com a utilização de prejuízos fiscais de exercícios anteriores.

 

A investigação aponta que pelo menos um desses contratos tratava das discussões envolvendo o crédito de IPI.

 

O MPF informou que as investigações partiram de uma ação penal que apura o pagamento de R$ 50 milhões como contrapartida para a edição de MPs.

 

Segundo a denúncia, o valor foi solicitado por Guido Mantega a Marcelo Odebrecht e pago pela Braskem, por meio do Setor de Operações Estruturadas do grupo.

 

Maurício Ferro, Bernardo Gradin, Guido Mantega e Antonio Palocci são réus nesta ação.

 

Investigações

Depois que essa ação penal começou a tramitar, a Braskem fez acordo de leniência com o MPF, apresentando várias provas que, segundo o Ministério Público, fornecem indícios dos repasses da Braskem para Nilton Serson.

 

As investigações apontam que não houve prestação de serviços por Serson, e que os contratos serviram apenas para repasse de valores coordenados por Ferro.

 

A autorização para a transferência partiu de Ferro que, depois, teve parte desse valor transferido para contas no nome dele no exterior.

 

Segundo a Polícia Federal, foi determinado o bloqueio de R$ 555 milhões dos investigados.

 

O G1 entrou em contato com as defesa de Antonio Palocci e Guido Mantega e aguarda retorno.

 

 

Por José Vianna, Aline Pavaneli e Pedro Brodbeck, RPC Curitiba e G1 PR

 

21/08/2019 06h45  Atualizado em 58 segundos

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