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Coronavírus supera a Sars em número de casos na China, mas causa menos mortes
Saúde
Publicado em 29/01/2020

Coronavírus supera a Sars em número de casos na China, mas causa menos mortes

 

Novo vírus já infectou 6.078 pessoas no país e matou 132; Síndrome Respiratória Aguda Grave, disseminada entre 2002 e 2003, afetou 5.327 e matou 349

 

RIO — O número de infecções pelo novo coronavírus na China superou o registrado pela epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) no país entre 2002 e 2003, segundo dados oficiais divulgados nesta quarta-feira.

 

 

As autoridades de saúde chinesas relataram 6.078 casos confirmados da doença e 133 mortos na China continental. A Comissão Nacional de Saúde informou ainda que estão sendo monitorados mais de 9.000 casos suspeitos de infecção pelo vírus.

 

Leia mais: Coronavírus: entenda por que a OMS ainda não declarou emergência global

 

O vírus da Sars, também um coronavírus, infectou 5.327 pessoas na China continental e causou 349 mortes no país.

 

Na manhã desta quarta-feira, os Emirados Árabes Unidos divulgaram que quatro membros de uma família chinesa vinda de Wuhan, província chinesa onde começou o surto, foram diagnosticados com o coronavírus. São os primeiros casos confirmados no Oriente Médio.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemia de Sars deixou 774 mortos, entre os 8.096 casos registrados no mundo todo em 2002-2003, antes de ser controlada. Até agora, a letalidade do novo coronavírus, nomeado 2019-nCoV, é menor.

 

Como o Sars, o novo vírus que apareceu em Wuhan em dezembro é transmitido entre pessoas e causa sérios problemas respiratórios. Os dois pertencem à mesma família de coronavírus e têm 80% de semelhanças genéticas, mas o 2019-nCoV é menos "forte" e mais contagioso.

Por outro lado, o novo vírus tem um período de incubação de até duas semanas e o contágio é possível durante o período de incubação, mesmo antes do aparecimento dos sintomas, "que também são muito diferentes dos da Sars", disse Ma Xiaowei, chefe da Comissão Nacional de Saúde (CNS) chinesa.

 

Embora a letalidade do novo coronavírus seja bem menor, os dados são apenas indicativos, pois o número real de pessoas infectadas é desconhecido. Pacientes com poucos ou nenhum sintoma não foram detectados.

 

Cientistas fazem cópia de vírus

Na Austrália, cientistas conseguiram fazer uma cópia do coronavírus, o que descrevem como um passo na luta contra a atual epidemia de pneumonia viral.

 

O Instituto Melbourne Doherty anunciou nesta quarta-feira que criou, pela primeira vez fora da China, um novo 2019-nCoV a partir da amostra obtida de um paciente infectado.

 

— Obter o vírus real significa que agora temos a capacidade de validar e verificar todos os nossos testes e comparar reações e sensibilidades — disse um dos diretores do laboratório, Julian Druce.

 

A China conseguiu rapidamente sequenciar o genoma desse novo coronavírus e publicar os resultados, permitindo que cientistas de todo o mundo desenvolvessem novas ferramentas de diagnóstico.

No entanto, a China não compartilhou o vírus com os laboratórios, o que o instituto australiano fará agora, por meio da OMS.

 

De acordo com o vice-diretor do Instituto Doherty, Mike Catton, essa réplica do novo vírus chinês permitirá que os cientistas criem anticorpos para teste, para que seja possível detectar o vírus nos pacientes antes mesmo de eles desenvolverem os sintomas da doença.

 

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AFP

29/01/2020 - 08:35 / Atualizado em 29/01/2020 - 15:25

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